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AVE-SÍMBOLO DA MATA ATLÂNTICA

Juruva será oficializada como ave símbolo do estado antes da COP15 em Campo Grande

Juruva será oficializada como ave símbolo do estado antes da COP15 em Campo Grande

2 setembro 2025 - 17h15Osvaldo Júnior
A juruva (Baryphthengus) foi escolhida por votação popular como ave símbolo da Mata Atlântica em Mato Grosso do Sul
A juruva (Baryphthengus) foi escolhida por votação popular como ave símbolo da Mata Atlântica em Mato Grosso do Sul - (Foto: Daniel Mello/Wikiaves)
Terça da Carne

Mato Grosso do Sul deverá apresentar, na 15ª Reunião da Conferência das Partes (COP15), evento mundial sobre espécies migratórias que será sediado em Campo Grande em março de 2026, um novo símbolo oficial de sua fauna: a juruva. A ave foi escolhida por votação popular para representar a Mata Atlântica no estado, e seu nome deverá ser oficializado por meio de lei estadual, em processo que começou a ser discutido nesta terça-feira (2) em reunião virtual no plenário da Assembleia Legislativa (ALEMS).

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O evento foi conduzido pelo deputado Renato Câmara (MDB), presidente da Frente Parlamentar para o Desenvolvimento das Unidades de Conservação. “Por meio dessa audiência pública, queremos validar o nome da juruva, ave escolhida em concurso nas redes sociais para ser o símbolo da Mata Atlântica aqui no estado. É uma ave muito bonita e que corre risco de extinção, então é também uma forma de preservar a espécie e fortalecer a sustentabilidade no estado”, afirmou o parlamentar.

A escolha da juruva ganha relevância adicional por coincidir com a preparação do estado para sediar a COP15, que ocorrerá de 23 a 29 de março de 2026 em Campo Grande. O evento reunirá governos, cientistas, povos indígenas, comunidades tradicionais e organizações da sociedade civil para debater a conservação de espécies migratórias e seus habitats.

Escolha popular

A votação foi realizada pela internet entre 27 de maio, Dia Nacional da Mata Atlântica, e 2 de junho. O resultado foi divulgado no Dia Mundial do Meio Ambiente, em 6 de junho. Segundo Ana Luzia de Almeida Batista Martins Abrão, gestora da RPPN Ernesto Vargas Batista, 19 espécies foram inicialmente consideradas, sendo dez selecionadas por biólogos, gestores de unidades de conservação e especialistas da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

Entre as aves candidatas estavam: ariramba-de-cauda-ruiva, beija-flor-dourado, benedito-de-testa-amarela, japacanim, juruva, martim-pescador-grande, pica-pau-de-cabeça-amarela, surucuá-variado, tricolino e udu-de-coroa-azul.

Características e importância da juruva

A professora Dra. Elaine Antoniassi, coordenadora do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Sustentabilidade Ambiental da UEMS, destacou aspectos técnicos da espécie. A juruva, cujo nome científico é Baryphthengus, mede cerca de 42 centímetros, possui bico preto forte, plumagem chamativa, máscara negra sobre os olhos, manchas pretas no peito que desaparecem durante a muda e coloração laranja do bico ao peito.

Além de sua beleza, a juruva desempenha papel ecológico importante: como organismo bioturbador, ela contribui para a saúde do solo, evitando compactação e degradação ambiental. “A escolha considerou ocorrência, distribuição, estado de conservação, beleza e popularidade da espécie”, concluiu a especialista.

A oficialização da juruva como ave símbolo da Mata Atlântica em Mato Grosso do Sul representa um passo importante na valorização do bioma e na preparação do estado para receber um evento internacional de conservação ambiental.

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