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JULGAMENTO NO STF

Citação à sogra e referências literárias marcam segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF

Advogado de ex-ministro Paulo Sérgio usou exemplos pessoais e trechos de autores clássicos em sustentação; sessão teve momentos de risadas e críticas à acusação

3 setembro 2025 - 16h50Vera Rosa
Sessão do STF sobre a trama golpista teve momentos de descontração com citação à sogra de advogado
Sessão do STF sobre a trama golpista teve momentos de descontração com citação à sogra de advogado - Foto: Reprodução
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O segundo dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (3), teve momentos de descontração em meio às acusações de tentativa de golpe de Estado. A sessão foi marcada por risadas após o advogado Andrew Fernandes Farias, que defende o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, citar sua sogra durante a sustentação oral.

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“Minha sogra fala assim: ‘Às vezes, as palavras são como punhal, como uma arma. Machucam, doem’”, disse Farias, arrancando a curiosidade dos ministros. Flávio Dino reagiu: “Estou curioso!”. O relator, Alexandre de Moraes, completou: “A sua sogra fala isso ou as palavras dela são um punhal?”. O plenário caiu em risadas.

O advogado então respondeu: “Minha querida dona Zilda, eu tenho um amor profundo por ela. Tal qual Vossas Excelências, ela me trata muito melhor do que mereço”.

Críticas à acusação e defesa de Paulo Sérgio

Apesar do tom descontraído, Farias usou o exemplo para criticar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Paulo Sérgio. Segundo ele, o ex-ministro tinha “espírito pacificador” e foi isolado no governo por não apoiar ruptura institucional.

“O general Paulo Sérgio não é um golpista”, afirmou. Ele relatou que o ex-titular da Defesa chegou a ser chamado de “frouxo” e até de “melancia”, expressão usada nas Forças Armadas para se referir a militares “verdes por fora e vermelhos por dentro”.

O advogado disse ainda que seu cliente tentou convencer Bolsonaro a desistir de ações sugeridas por “grupos radicais”. Questionado pela ministra Cármen Lúcia sobre “demovê-lo do quê?”, Farias admitiu que o ex-presidente discutia um plano de golpe.

Referências literárias e interrupções

Em sua sustentação, Farias também recorreu a referências culturais, citando Belchior, Gonçalves Dias, Fernando Pessoa, Van Gogh e até a obra Alice Através do Espelho, de Lewis Carroll.

Já próximo ao fim, o celular do advogado tocou, e Dino brincou: “Não esqueça de atender o telefone. Era sua sogra”. O comentário provocou gargalhadas no plenário, encerrando a sustentação em tom bem-humorado.

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