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POLÍTICA

José Dirceu diz que Tarcísio é dependente de Bolsonaro e o chama de "ficção política"

Ex-ministro do PT afirmou que o governador de São Paulo não tem liderança própria e não representa uma alternativa sólida à direita

5 setembro 2025 - 17h40Raisa Toledo
Ex-ministro José Dirceu diz que Tarcísio não está à altura de ocupar espaço político com inelegibilidade de Bolsonaro.
Ex-ministro José Dirceu diz que Tarcísio não está à altura de ocupar espaço político com inelegibilidade de Bolsonaro. - (Foto: Dida Sampaio/Estadão)
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O ex-ministro José Dirceu (PT) afirmou nesta quinta-feira (4) que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não possui força política independente e depende inteiramente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para se manter como figura relevante no cenário nacional.

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"Ele é governador de São Paulo. O povo paulista o elegeu. Eu o respeito por isso. Mas ele não existe. Quem é o Tarcísio? Ele foi colocado para ser o candidato e o eleitorado conservador votou nele", declarou Dirceu durante entrevista ao portal UOL.

Na avaliação do ex-ministro, Tarcísio não tem perfil de liderança e não representa uma alternativa real ao bolsonarismo. Segundo ele, mesmo diante da inelegibilidade de Bolsonaro até 2030, decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o governador paulista não tem condições de preencher esse vácuo político.

"O Tarcísio é uma ficção. Por isso ele precisa do Bolsonaro, porque não tem força nenhuma. Não tem base eleitoral própria. Não tem o 'tarcisismo', vamos dizer assim", afirmou.

Dirceu também destacou que o bolsonarismo pode continuar existindo mesmo sem seu principal líder, já que, segundo ele, o conservadorismo no Brasil tem raízes históricas profundas. "São Paulo teve ademarismo, janismo, malufismo, todos conservadores. O conservadorismo no Brasil é muito forte", disse.

O ex-ministro ainda afirmou que a direita brasileira carece de uma liderança articulada. "Hoje a direita não tem um líder orgânico, não tem um líder empresarial político, não tem uma coalizão político-empresarial capaz de governar o País", declarou.

A crítica de Dirceu ecoa declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também minimizou a força política de Tarcísio sem o apoio de Bolsonaro. Em entrevista concedida em agosto a uma rádio mineira, Lula afirmou: "Temos que reconhecer que o Bolsonaro tem uma força no setor de extrema direita muito forte. Ele (Tarcísio) vai fazer o que o Bolsonaro quiser. Sem o Bolsonaro ele não é nada".

Tarcísio de Freitas tem sido citado como um dos nomes mais fortes para representar a direita em uma eventual candidatura à Presidência da República em 2026. Apesar disso, Dirceu não vê no governador capacidade de liderar uma nova coalizão conservadora.

Além disso, o governador tem intensificado articulações em Brasília, buscando apoio de setores do Centrão e defendendo, inclusive, a anistia ao ex-presidente e aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 sinalizando fidelidade ao seu padrinho político.

Dirceu também comentou que o PT perdeu força desde os protestos de 2013, o que contribuiu para o avanço da direita no país. "Após 2013, o PT ficou muito restrito, perdeu força e organização", reconheceu.

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