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O ex-ministro José Dirceu (PT) fez duras críticas ao Congresso Nacional neste domingo (21), durante manifestação em Brasília contra a PEC da Blindagem e a tentativa de anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. “Temos que tomar consciência de que para mudar esse País, temos que mudar o Congresso Nacional”, afirmou.

O ato, realizado nas imediações do Museu Nacional e que reuniu milhares de manifestantes em passeata até o Congresso, fez parte de uma mobilização nacional organizada por centrais sindicais, partidos de esquerda e movimentos sociais em mais de 30 cidades brasileiras.
Dirceu acusou parlamentares de se recusarem a debater propostas que, segundo ele, “protegem a economia popular”, como a isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil e o fim da escala 6 por 1. O ex-ministro também defendeu a taxação dos mais ricos. “É hora de cobrar impostos dos ricos, do BBB — Bilionários, Bancos e Bets”, declarou.
Em tom de confronto, atacou adversários políticos: “Precisamos de unidade entre nós, contra o que a família Bolsonaro está fazendo, contra o que a extrema-direita está fazendo, contra o que Tarcísio de Freitas e outros governadores estão fazendo, apoiando Trump, traição nacional”.
Com a eleição de Edinho Silva para a presidência do PT, Dirceu voltou a ter espaço formal na direção partidária. Ele aproveitou o ato para sinalizar que pretende disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026. “Quero saudar cada companheiro que veio aqui com a certeza de que vamos derrotá-los e reeleger Lula”, afirmou.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) também participaram. Pimenta classificou como “um tapa na cara da sociedade” a votação da PEC da Blindagem e do projeto de anistia. “Há muito tempo não via em Brasília um ato tão grande”, disse.
Manifestantes carregavam faixas com frases como “sem anistia para golpista”, “Congresso inimigo do povo” e “não à PEC da Bandidagem”. Também houve críticas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que pautou a urgência da proposta de anistia — rebatizada pelo relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como “PL da Dosimetria”.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi alvo de protestos e associado ao bolsonarismo por militantes do PT e movimentos sociais.
