Aliado de Trump diz que não vai parar até Bolsonaro ser libertado

Jason Miller, Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro em 2022 - Foto: Reprodução/Twitter / Estadão

O empresário Jason Miller, conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (10) que “não vai parar” até que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “esteja livre”. A declaração foi publicada nas redes sociais e reforça uma série de críticas feitas por Miller ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela ação penal em que Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado.

“Para deixar claro: não vou parar, não vou desistir, não vou ceder, até que o presidente Jair Bolsonaro esteja livre”, escreveu Miller no X, antigo Twitter, após compartilhar uma postagem que dizia: “É mais importante o impeachment de Moraes do que libertar Bolsonaro”.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, respondeu à publicação com emojis das bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos.

Miller, que foi conselheiro sênior nas campanhas de Trump e mantém proximidade com a família Bolsonaro, especialmente com Eduardo, está nos Estados Unidos desde o fim de fevereiro. De lá, articula com parlamentares americanos a imposição de sanções contra Moraes e outros ministros do STF. Em julho, o magistrado foi incluído na lista de alvos da Lei Magnitsky pelo governo Trump.

As postagens deste domingo se somam a outras em que Miller critica o Supremo, Moraes e autoridades brasileiras, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em julho, afirmou que o ministro busca protagonismo nas decisões contra Bolsonaro e, anteriormente, chegou a acusá-lo de adotar “táticas ditatoriais” após autorizar mandados da Polícia Federal contra o ex-presidente.

Embora não ocupe cargo no governo americano, Miller é considerado um dos principais conselheiros políticos de Trump. Participou das três campanhas presidenciais do republicano desde 2016 e das equipes de transição em 2016 e 2024. Fundou ainda a rede social Gettr, que ganhou notoriedade por abrigar usuários expulsos de plataformas como Facebook e Twitter.

Em setembro de 2021, Miller foi recebido pela família Bolsonaro no Palácio da Alvorada. Ao deixar o país, foi abordado pela Polícia Federal no aeroporto de Brasília e depôs no inquérito do STF que investiga a atuação de supostas “milícias digitais”, sob relatoria de Moraes.

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