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Janja, Simone e Sônia: o triângulo feminino da nova política ambiental brasileira

Primeira-dama, ministra e líder indígena se encontram em Campo Grande e mostram que o futuro da agenda ambiental no Brasil tem voz e rosto de mulher

8 outubro 2025 - 20h50Da Redação
Encontro na UFMS reúne lideranças femininas em torno da crise climática e marca nova fase da política ambiental no país.
Encontro na UFMS reúne lideranças femininas em torno da crise climática e marca nova fase da política ambiental no país. - (Foto: Divulgação)

Na manhã quente de Campo Grande, três mulheres dividiram o mesmo palco para falar de um tema que, por muito tempo, foi tratado com descuido e distanciamento: o meio ambiente. Janja Lula da Silva, Simone Tebet e Sônia Guajajara chegaram à capital sul-mato-grossense com papéis distintos — a primeira-dama, a ministra do Planejamento e a ministra dos Povos Indígenas — mas com um propósito comum: ouvir, acolher e agir.

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Primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, durante a oficina Vozes dos Biomas  Rumo à COP30, realizada na UFMS, em Campo Grande.Primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, durante a oficina Vozes dos Biomas – Rumo à COP30, realizada na UFMS, em Campo Grande. - (Foto: Divulgação)

O encontro, realizado na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), marcou a etapa pantaneira do projeto “Vozes dos Biomas”, que percorre o país reunindo mulheres afetadas pelas mudanças climáticas. A oficina “Vozes do Pantanal” ouviu histórias e denúncias de quem vive no bioma, hoje ameaçado por secas, queimadas e falta de políticas públicas. O objetivo: levar essas vozes à COP30, conferência mundial do clima, que acontecerá em Belém, no próximo ano.

Diante de um auditório cheio de lideranças indígenas, ribeirinhas, quilombolas, cientistas e agricultoras, Janja falou com emoção: “Viemos ouvir as mulheres do Pantanal, entender como vivem e como estão enfrentando as mudanças climáticas. A COP30 precisa ouvir o que vem desses territórios.” A primeira-dama, que será enviada especial do Brasil para o evento global, lembrou que o Pantanal é mais do que uma paisagem — é um espelho das urgências climáticas do planeta. “Ver o Pantanal sem água é doloroso. Isso não é só um problema do Brasil, é uma questão mundial.”

Janja caminha de mãos dadas com mulheres indígenas durante encerramento da oficina Vozes do Pantanal, em um gesto simbólico de união e resistência feminina.Janja caminha de mãos dadas com mulheres indígenas durante encerramento da oficina Vozes do Pantanal, em um gesto simbólico de união e resistência feminina. - (Foto: Divulgação)

Ao lado dela, Simone Tebet, ministra e sul-mato-grossense, anunciou US$ 20 milhões (quase R$ 100 milhões) para levar água a comunidades indígenas do Estado. O investimento, fruto de parceria entre o governo federal e estadual, vai atender aldeias em regiões como Aquidauana, Dourados, Ponta Porã, Corumbá e Campo Grande. Simone também revelou que o governo negocia com a Itaipu Binacional mais R$ 60 milhões em recursos. “Sem água, não há saúde, não há plantio, não há dignidade. A água é o ponto de partida para qualquer política sustentável”, afirmou.

Janja, ministra Simone Tebet e Jurema Werneck, ativista e enviada especial para Igualdade Racial, durante mesa de debate sobre o Pantanal e políticas climáticas na UFMS.Janja, ministra Simone Tebet e Jurema Werneck, ativista e enviada especial para Igualdade Racial, durante mesa de debate sobre o Pantanal e políticas climáticas na UFMS. - (Foto: Divulgação)

Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, trouxe a perspectiva ancestral. Para ela, ouvir as mulheres do Pantanal é reconhecer um saber que nasce da terra. “Essas vozes trazem o que o Estado muitas vezes não enxerga: que proteger o ambiente é também proteger as pessoas que vivem nele.”

A médica e ativista Jurema Werneck, enviada especial para Igualdade Racial e Periferias, destacou a gravidade das denúncias apresentadas: a ausência de políticas contra queimadas, falhas na saúde pública e desrespeito às culturas indígenas. Já a pesquisadora Denise Dora, enviada para Direitos Humanos e Transição Justa, ressaltou o papel das cientistas e pesquisadoras pantaneiras, que “combinam conhecimento técnico e sabedoria local para ensinar como conviver com o bioma, e não explorá-lo”.

No centro do auditório, entre cartazes e cânticos, o Pantanal virou símbolo de resistência e união. Mulheres de diferentes origens — indígenas, rurais, urbanas, negras — se reconheceram em suas histórias.

Participantes da oficina Vozes do Pantanal posam para foto coletiva ao fim do evento, que reuniu mais de 100 mulheres indígenas, quilombolas, cientistas e ativistas ambientais de todo Mato Grosso do Sul.Participantes da oficina Vozes do Pantanal posam para foto coletiva ao fim do evento, que reuniu mais de 100 mulheres indígenas, quilombolas, cientistas e ativistas ambientais de todo Mato Grosso do Sul. - (Foto: Divulgação)

Janja resumiu o encontro em uma frase que ecoou pela sala: “O futuro do Pantanal depende de todas nós.”

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