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POLÍTICA

Janja revela que pensou em deixar Brasília após críticas e reforça papel ativo como primeira-dama

Esposa de Lula diz ter sido pressionada a assumir um papel "pré-determinado", mas promete seguir dialogando com mulheres e integrar a comitiva brasileira na COP30

15 setembro 2025 - 13h10Juliano Galisi
Janja afirma ter sido criticada por não entrar em 'caixinha' atribuída às primeiras-damas
Janja afirma ter sido criticada por não entrar em 'caixinha' atribuída às primeiras-damas - (Foto: Claudio Kbene/PR)
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A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, contou ter cogitado deixar Brasília após a onda de críticas que recebeu por sua atuação ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista à Folha de S.Paulo, afirmou ter sido cobrada a entrar em uma “caixinha” historicamente atribuída às primeiras-damas, mas se recusou a aceitar um papel que considera pré-determinado.

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“Teve um momento em que eu quis pegar a minha bolsa e as minhas cachorras e sair, voltar para a minha casa”, disse. Para ela, a recusa em se enquadrar nesse estereótipo masculino provocou a reação negativa: “A caixinha estava pronta para eu entrar. A minha recusa é que criou toda essa série de questões sobre o meu posicionamento”.

Janja lembrou que o auge das críticas veio após um episódio envolvendo o presidente Xi Jinping, da China. Ela relatou ter conversado com o líder chinês sobre o caso de uma menina de 8 anos morta ao inalar desodorante, mas foi duramente criticada. Meses depois, quando o influenciador Felca abordou o mesmo tema, a repercussão foi positiva. “Aí vem um menininho branco e bonitinho, todo certinho da internet, e fala que isso acontece. Aí valeu. Todo mundo se preocupou”, disse, elogiando, no entanto, a mobilização de Felca.

A primeira-dama também reconheceu que precisa “ter muita responsabilidade” ao se manifestar, após xingar Elon Musk durante um painel no G20. “Eu também erro. Mas sei que tenho que ter muita responsabilidade no que eu falo. Não me arrependo do que falei, mas sim de aquilo ter deixado na sombra todo o trabalho que a gente fez no G20.”

Janja negou ter se afastado do governo. “Eu tenho trabalhado muito, andado muito e viajado muito. Tenho feito muitas reuniões”, afirmou. Ela integrará a comitiva brasileira na COP30, em novembro, e já planeja participar de uma eventual campanha de reeleição de Lula em 2026, com foco no diálogo com mulheres, especialmente as evangélicas.

“Minha disposição, desde o começo do governo, foi a de conversar com as mulheres. É uma pauta fundamental para mim”, reforçou.

Sobre Michelle Bolsonaro, Janja disse não estar preocupada com a ex-primeira-dama, cotada para disputar um cargo em 2026. “Eu já disse que falo sem precisar xingar o marido de ninguém”, respondeu, ao ser questionada sobre as provocações de Michelle.

Mesmo sem cargo oficial, Janja tem representado o Brasil em eventos internacionais e, segundo levantamento do Estadão, seu “time informal” já custou mais de R$ 1,2 milhão aos cofres públicos em translado e diárias. Ela disse sentir-se “no direito de proteger” Lula, embora o presidente “não precise” dessa proteção. “Dependendo do nível de ataque, é óbvio que eu vou me colocar”, concluiu.

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