
A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sete réus por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 ganhou ampla repercussão na imprensa internacional. Os jornais destacaram o caráter histórico da decisão, lembrando os golpes militares do Brasil, mas ressaltaram que Bolsonaro segue no centro do debate político, com aliados articulando no Congresso uma eventual anistia, rebatida por ministros do STF durante o julgamento.

O The New York Times classificou a sentença como “decisão histórica”, afirmando que é a primeira vez desde 1889 que líderes de conspirações golpistas foram condenados. Segundo o jornal, a condenação deixa o campo político de direita sem um líder claro, mas manteve a independência do processo frente às sanções externas dos EUA.

Condenação de Bolsonaro é destaque no The New York Times - Foto: Reprodução
O El País, da Espanha, ressaltou a conclusão do julgamento apesar da “forte pressão” norte-americana e afirmou que o veredicto envia uma mensagem global: a Justiça pode punir quem mina a ordem constitucional. O jornal destacou, porém, que aliados de Bolsonaro aceleram esforços para aprovar uma anistia que beneficie o ex-presidente e outros condenados.

El País destaca que julgamento de Bolsonaro seguiu mesmo sob 'forte pressão' do governo dos Estados Unidos - Foto: Reprodução
O The Wall Street Journal lembrou que o julgamento ocorreu em meio a uma opinião pública dividida e mencionou a campanha por sanções ao Brasil liderada por Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, que atuou como “lobista na Casa Branca”.

The Wall Street Journal destaca sentença de 27 anos de pena para Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução
O Le Monde, da França, classificou a condenação como uma crise sem precedentes entre Brasil e Estados Unidos, citando comparações de Donald Trump sobre o caso. Já o The Guardian, do Reino Unido, apontou que, apesar da condenação, o movimento político de Bolsonaro continua vivo, e questionamentos sobre a competência do STF podem gerar desafios legais futuros.

Condenação de Bolsonaro é destaque no 'Le Monde', da França - Foto: Reprodução
O Clarín, da Argentina, destacou que Bolsonaro, aos 70 anos, enfrenta a perspectiva de cumprir prisão ou prisão domiciliar.

'Clarín', da Argentina, destaca a 'Justiça contra golpismo' após a condenação de Bolsonaro e aliados - Foto: Reprodução
Além do ex-presidente, seis réus do núcleo central receberam penas pesadas:
- Walter Braga Netto: 26 anos (regime inicial fechado)
- Anderson Torres: 24 anos (regime inicial fechado)
- Almir Garnier: 24 anos (regime inicial fechado)
- Augusto Heleno: 21 anos (regime inicial fechado)
- Paulo Sérgio Nogueira: 19 anos (regime inicial fechado)
- Alexandre Ramagem: 16 anos e 1 mês (regime inicial fechado)
- Mauro Cid: 2 anos (regime aberto)
A condenação marca um momento inédito na história política brasileira, reforçando o impacto da decisão no cenário interno e internacional.
