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RELAÇÃO INSTITUCIONAL

Hugo Motta diz que relação com governo Lula termina estabilizada e aposta em mais diálogo em 2026

Presidente da Câmara reconhece divergências com o Planalto, mas defende harmonia entre os Poderes

19 dezembro 2025 - 13h55Levy Teles
Presidente da Câmara, Hugo Motta afirmou que relação com o governo Lula termina o ano estabilizada.
Presidente da Câmara, Hugo Motta afirmou que relação com o governo Lula termina o ano estabilizada. - Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que espera manter e ampliar o diálogo com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026, após um ano marcado por divergências entre o Legislativo e o Palácio do Planalto. Na avaliação do parlamentar, a relação institucional chega ao fim do ano “estabilizada”, com perspectiva de maior convergência no próximo período.

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“Essa questão da relação com o governo, como todas as relações das nossas vidas, você tem altos e baixos. E isso é muito natural, porque cada Poder tem a sua independência, cada Poder tem a sua maneira de agir, tem a sua dinâmica interna”, afirmou Motta. “A relação, na minha avaliação, termina o ano estabilizada, termina o ano com uma perspectiva de que entremos em 2026 conversando mais, dialogando mais e superando as divergências que aconteceram ao longo do ano.”

Ao longo de 2025, episódios de tensão marcaram a relação entre Hugo Motta e o governo federal. Um dos exemplos citados nos bastidores foi a tramitação do projeto de lei antifacção na Câmara, quando o deputado chegou a romper relações com o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ).

Mais recentemente, houve novo desgaste com o anúncio da votação do chamado “PL da Dosimetria”. Líderes partidários relataram ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que não foram informados previamente da decisão de Motta de pautar o projeto, o que gerou insatisfação entre as bancadas e o governo.

Apesar disso, o presidente da Câmara minimizou os conflitos e destacou que divergências fazem parte do equilíbrio entre os Poderes. “Não está escrito na Constituição que um Poder tem que concordar com o outro em 100% dos pontos”, disse. “Eu tenho uma relação de profundo respeito e diálogo com o presidente Lula. Existem discordâncias, mas esse respeito não se perdeu mesmo quando houve divergência.”

Motta também avaliou de forma positiva a relação da Câmara com o Senado Federal. Segundo ele, o atual momento é um dos mais harmônicos desde que assumiu o mandato parlamentar.

“Não me recordo, nesses quatro mandatos que estou aqui como deputado federal, de um momento em que a Câmara e o Senado tiveram uma relação tão boa entre os seus presidentes”, afirmou. Ele citou o diálogo constante com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Apesar da avaliação, houve atritos entre as duas Casas ao longo do ano. Em setembro, a Câmara aprovou a chamada PEC da Blindagem, que dificultava a responsabilização criminal de parlamentares. O texto acabou arquivado no Senado, o que gerou protestos de deputados que alegaram quebra de acordo.

Sobre o Judiciário, Motta disse que o Supremo Tribunal Federal teve uma “atuação responsável” e manteve diálogo frequente com o Legislativo. Ele comentou ainda a operação da Polícia Federal contra os deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ), deflagrada nesta sexta-feira (19).

Segundo Motta, o STF exerceu seu papel institucional ao autorizar as investigações. “Cabe ao Supremo investigar”, afirmou, acrescentando que a Câmara seguirá acompanhando os desdobramentos para evitar “exageros” por parte do Judiciário.

O presidente da Câmara voltou a defender as emendas parlamentares, alvo de críticas e investigações nos últimos anos. Para Motta, a maioria dos deputados utiliza os recursos de forma correta e com impacto social relevante.

“Tenho a plena certeza de que a larga maioria dos representantes que estão na Câmara dos Deputados trabalha corretamente”, disse. “As emendas têm um papel social importante, elas levam desenvolvimento para as regiões mais carentes do País.”

Motta também saiu em defesa da servidora Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, alvo de busca e apreensão da Polícia Federal em seu gabinete na Câmara na última sexta-feira (12). A investigação aponta que ela atuaria como uma espécie de “gerente” do chamado orçamento secreto.

Segundo o presidente da Câmara, a funcionária exerce apenas funções técnicas. “Ela apenas compila dados. Nós temos cumprido essencialmente a lei que pactuamos com o Supremo Tribunal Federal e com o Poder Executivo a respeito da execução das normas de comissão”, afirmou. “Todos os líderes sabem que ela faz um trabalho técnico de compilar as indicações e acompanhar o cumprimento da lei.”

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