
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta segunda-feira (11) que considera inaceitável a conduta de parlamentares que apoiem medidas prejudiciais ao Brasil, ao comentar o caso do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de processo no Conselho de Ética, acusado pelo PT de incentivar o governo de Donald Trump a adotar sanções econômicas contra o país.

Em entrevista à revista Veja, Motta destacou que cada deputado tem autonomia para representar seu eleitorado, mas criticou a atuação de quem, fora do país, trabalha para provocar danos econômicos ao Brasil. “Isso não pode ser admitido. Não concordamos com esse tipo de atitude. Temos que defender o nosso país”, afirmou.
Para o presidente da Câmara, Eduardo poderia defender causas políticas e a inocência do ex-presidente, mas sem adotar medidas que prejudiquem a nação. Motta afirmou que, no Conselho de Ética, o processo seguirá o regimento, sem privilégios nem prejuízos ao parlamentar, reforçando que a análise será imparcial.
Anistia e atos golpistas
Sobre a proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, Motta avaliou que há resistência à sua aprovação em formato amplo e irrestrito. Segundo ele, o tema seguirá em debate entre os líderes partidários, mas não há ambiente para perdoar quem participou de ações violentas ou planejou mortes.
O presidente também criticou a “obstrução física” feita por parlamentares de oposição no plenário, classificando o ato como uma forma inadequada de pressão que ultrapassa os limites do regimento.
Corregedoria e CPMI do INSS
Motta informou que aguarda manifestação da Corregedoria Parlamentar sobre as representações contra 14 deputados envolvidos na ocupação do plenário. O parecer será encaminhado ao Conselho de Ética.
Ele também adiantou que, nos próximos dias, indicará o relator da CPMI que investigará fraudes em benefícios do INSS, reforçando que Câmara e Senado buscarão uma apuração imparcial e punição para os responsáveis.
