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PODERES EM TENSÃO

Presidente da Câmara diz que STF cumpre papel ao investigar deputados, mas alerta para possíveis exc

Hugo Motta afirma que Casa não protege irregularidades e diz que vai acompanhar atuação do Judiciário após operação da PF

19 dezembro 2025 - 13h10Levy Teles
Hugo Motta, presidente da Câmara, durante conversa com jornalistas sobre operação da Polícia Federal envolvendo parlamentares
Hugo Motta, presidente da Câmara, durante conversa com jornalistas sobre operação da Polícia Federal envolvendo parlamentares - Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) afirmou nesta sexta-feira (19) que o Supremo Tribunal Federal (STF) atua dentro de suas atribuições ao autorizar investigações envolvendo parlamentares, mas destacou que a Casa vai acompanhar de perto os desdobramentos para evitar possíveis exageros por parte do Judiciário. A declaração foi feita após a deflagração de uma operação da Polícia Federal que teve como alvos os deputados federais Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy, ambos do PL do Rio de Janeiro.

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Durante café da manhã com jornalistas, Motta evitou antecipar qualquer julgamento sobre o caso. Segundo ele, cabe ao STF conduzir apurações quando há indícios de irregularidades envolvendo parlamentares, mas a Câmara não abrirá mão de acompanhar os limites dessa atuação. “Eu não faço pré-julgamento antecipado sobre nenhum assunto. Acho que o Supremo está no papel de investigar”, afirmou.

Ao mesmo tempo, o presidente da Câmara reforçou que a instituição não atua para proteger condutas consideradas ilegais. “Quero dizer que a Câmara não tem compromisso em estar protegendo aquilo que não é correto”, declarou. Para Motta, a independência entre os Poderes não impede que haja vigilância sobre possíveis excessos.

Na avaliação do deputado, existe uma linha sensível entre a apuração legítima de suspeitas e eventuais abusos. “O que nós temos que tratar, e aí tem que ter uma linha para a gente poder enquadrar apuração, se há suspeita de algum parlamentar que não agiu corretamente, e aquilo que é exagero”, disse. Ele acrescentou que a presidência da Câmara acompanhará cada passo do processo para garantir equilíbrio institucional. “Respeitamos o papel do Supremo, não temos compromisso com quem não trabalha correto e vamos sempre acompanhar para que exageros não sejam cometidos.”

A operação da Polícia Federal foi deflagrada na manhã desta sexta-feira e cumpriu mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e no Rio de Janeiro. A ação investiga suspeitas de desvios de recursos da cota parlamentar atribuídos aos deputados Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy. A autorização para a operação partiu do ministro do STF Flávio Dino.

De acordo com as informações apuradas pela investigação, foram encontrados R$ 430 mil em espécie na residência de Sóstenes Cavalcante, que atualmente exerce a liderança do PL na Câmara dos Deputados. Além disso, a PF identificou movimentações financeiras consideradas atípicas que, somadas, alcançam cerca de R$ 18 milhões envolvendo assessores ligados aos dois parlamentares.

O caso reacende o debate sobre os limites entre os Poderes e o alcance das investigações sobre mandatos parlamentares, tema que costuma gerar embates no Congresso. A postura adotada por Hugo Motta sinaliza uma tentativa de equilíbrio: preservar a autonomia do Legislativo sem ignorar o papel fiscalizador do Judiciário em casos de suspeita de irregularidades.

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