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TENSÃO NO ORIENTE MÉDIO

Líder do Hezbollah rejeita desarmamento e acusa governo libanês de favorecer Israel

Naim Kassem afirma que grupo não abrirá mão de suas armas enquanto houver "ocupação e agressão" por parte de Israel.

15 agosto 2025 - 15h25Beirute
Naim Kassem, líder do Hezbollah, reafirma que o grupo não irá se desarmar enquanto persistirem ataques de Israel e acusa governo de favorecer o inimigo
Naim Kassem, líder do Hezbollah, reafirma que o grupo não irá se desarmar enquanto persistirem ataques de Israel e acusa governo de favorecer o inimigo - Sebastian Baryli/Wikicommons

O líder do Hezbollah, Naim Kassem, afirmou nesta sexta-feira, 15, que o grupo não irá se desarmar, mesmo diante da decisão do governo libanês de exigir a remoção das armas da milícia até o fim do ano. Kassem declarou que a medida “serve aos interesses de Israel” e classificou a proposta como uma afronta à resistência libanesa.

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Durante seu discurso, Kassem reforçou a posição do Hezbollah de que o desarmamento só será discutido após a retirada completa de Israel do território libanês e o fim dos ataques aéreos que, segundo o grupo, continuam ocorrendo quase diariamente. "A resistência não entregará suas armas enquanto a agressão continuar e a ocupação permanecer", disse o dirigente, acrescentando que o grupo está disposto a “lutarmos uma longa batalha, se necessário”.

A posição firme do líder do Hezbollah surge em meio a uma crescente pressão interna e internacional para que o grupo armado, apoiado pelo Irã, seja integrado formalmente às estruturas de defesa do país ou desmobilizado. No entanto, Kassem voltou a acusar o governo libanês de agir contra os interesses nacionais. “O governo deveria espalhar sua autoridade e expulsar Israel do Líbano, em vez de ameaçar a resistência”, declarou.

Conflito político e risco de escalada

O anúncio da intenção do governo libanês de exigir o desarmamento do Hezbollah até o fim de 2025 acirrou os ânimos dentro do país, mergulhado em uma crise política, econômica e social. O grupo xiita, que detém forte influência política e militar no Líbano, vê na decisão oficial uma tentativa de enfraquecer sua atuação como força de resistência contra Israel, especialmente no sul do país, onde atua de forma paralela às Forças Armadas libanesas.

Kassem alertou para o risco de instabilidade interna. "Se a crise em andamento levar a um conflito interno, a culpa será do governo", afirmou. Ele também disse que o Hezbollah só discutirá uma estratégia de defesa nacional envolvendo suas armas quando houver garantias de que o território libanês estará livre de ataques israelenses.

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