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TARIFAÇO

Haddad diz que Brasil recorrerá a cortes internacionais contra tarifa de Trump

Ministro busca negociação com governo Trump e promete recorrer a cortes internacionais

31 julho 2025 - 08h35Ricardo Eugenio
Haddad diz que recorrerá de tarifas de Trump e busca diálogo para reduzir tensão entre Brasil e EUA.
Haddad diz que recorrerá de tarifas de Trump e busca diálogo para reduzir tensão entre Brasil e EUA. - (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (31) que o Brasil recorrerá “nas instâncias devidas” contra a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), a produtos brasileiros. A declaração foi dada a jornalistas na saída do Ministério da Fazenda, em Brasília.

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Segundo Haddad, o governo acionará mecanismos judiciais tanto nos EUA quanto em fóruns internacionais para tentar derrubar a medida. O ministro informou ainda que haverá nova reunião com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, para discutir alternativas.

Trump assinou na quarta-feira (30.jul) decreto que amplia tarifas de importação sobre setores estratégicos da economia brasileira, incluindo aço, carne bovina, máquinas agrícolas e alumínio. A Casa Branca divulgou lista de exceções que isentou produtos como aviões, suco de laranja, carne de frango, celulose e alguns insumos agrícolas. A entrada em vigor do pacote, inicialmente prevista para esta sexta-feira (1º.ago), foi adiada após pressão de empresários e do governo brasileiro.

Para Haddad, o momento é de tentar restabelecer o diálogo com Washington. “Acredito que esta semana marca o início de uma conversa mais racional, mais sóbria e menos apaixonada”, disse.

O aumento das tarifas é visto em Brasília como gesto político da Casa Branca, que acusa o governo brasileiro de promover uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A tensão é alimentada também pela aproximação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com China e Rússia e por decisões do Supremo Tribunal Federal em temas sensíveis para setores dos EUA.

Além das tarifas, Trump assinou decreto impondo sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, alegando supostos abusos contra cidadãos americanos. A Advocacia-Geral da União classificou a medida como “injustificável”. Haddad também criticou as sanções. “A perseguição ao ministro Moraes não é o caminho”, afirmou.

O governo brasileiro aposta na via diplomática e na mobilização de setores empresariais dos EUA para tentar reverter o tarifaço, enquanto prepara ações judiciais e recursos em organismos internacionais.

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