
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (27) que o desempenho da economia será determinante para a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e para as eleições de 2026. Em entrevista ao portal UOL, Haddad disse que, se os indicadores econômicos estivessem ruins, Lula dificilmente teria chance de se manter competitivo.

“A polarização é grande, o conflito e polarização é grande. Se é incumbente, precisa sustentar os indicadores. Mas está melhor que em 2018. E acredito que temos condição de ter eleição minimamente civilizada”, declarou.
Haddad cita Tarcísio e polarização - Durante a entrevista, Haddad comentou sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é visto como potencial candidato ao Planalto. O ministro disse acreditar que Tarcísio não fará uma campanha marcada por ataques pessoais.
“Não acredito que ele tenha espírito de fazer eleição com baixaria”, afirmou.
Haddad também destacou que o governador paulista divergiu de Jair Bolsonaro em temas importantes, como a reforma tributária, e disse que Tarcísio já se manifestou contrário à taxação dos super-ricos.
Apoio e resistência política - O ministro avaliou ainda que Lula enfrenta resistência de setores da elite econômica do país. “A elite brasileira não vai abraçar Lula. Vão ter que viabilizar outro candidato. Elite tem problema com agenda progressista”, disse.
Por outro lado, Haddad destacou que parte do PSDB tem se aproximado do governo. “Parte boa do PSDB que sobreviveu está apoiando Lula. Isso é significativo”, observou.
Disputa prevista para 2026 - Questionado sobre se há conversas sobre a eleição dentro do governo, Haddad afirmou que o tema ainda não está em debate. Ele reforçou, porém, que pretende “ajudar o Brasil de alguma forma”, sem confirmar se pretende disputar um cargo.
Na avaliação do ministro, a eleição presidencial de 2026 tende a repetir a forte polarização registrada em 2022. “Acredito que será uma disputa para valer. Toda eleição tem risco, mas o campo progressista está preparado para enfrentar o debate”, concluiu.
