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29 de outubro de 2025 - 19h48
SEGURANÇA

Haddad acusa governo do Rio de inação no combate ao contrabando de combustível

egundo ministro, atividade financia crime organizado e precisa ser enfrentada para atingir o "andar de cima" das facções

29 outubro 2025 - 16h35Mateus Maia
Ministro Fernando Haddad critica omissão do governo do Rio no combate a fraudes que alimentam o crime organizado.
Ministro Fernando Haddad critica omissão do governo do Rio no combate a fraudes que alimentam o crime organizado. - Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou duramente o governo do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (29), acusando o governador Cláudio Castro (PL) de omissão no combate ao contrabando de combustível, atividade que, segundo ele, é uma das principais fontes de financiamento do crime organizado no estado.

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“O governo do Estado do Rio tem feito praticamente nada em relação ao contrabando de combustível, que é como se irriga o crime organizado”, disse Haddad a jornalistas na entrada do ministério.

A fala ocorre após a Operação Contenção, considerada a mais letal da história do Rio, que resultou na morte de ao menos 119 pessoas, entre elas quatro policiais. A ofensiva foi conduzida pelas polícias Civil e Militar em áreas dominadas pelo Comando Vermelho, como os complexos do Alemão e da Penha.

Para Haddad, o foco das autoridades fluminenses tem sido no combate ao “andar de baixo” das facções, sem atacar os verdadeiros sustentáculos financeiros do crime.

“Para você pegar o andar de cima do crime organizado, que é quem efetivamente tem o dinheiro na mão e municia as milícias, você tem que combater de onde está vindo o dinheiro”, declarou.

Fraudes, refino simulado e combustível batizado - O ministro ainda destacou que a origem dos recursos está ligada a fraudes tributárias, simulação de refino e distribuição de combustível adulterado.

“O dinheiro, no caso do Rio de Janeiro, todo mundo sabe que está vindo da questão do contrabando de combustível [...]. O governador deveria acordar para esse problema crônico e nos ajudar, ajudar aqui a Receita Federal a combater o andar de cima”, completou.

As declarações de Haddad rebatem críticas feitas por Cláudio Castro, que durante coletiva após a operação desta terça-feira (28), cobrou maior atuação da União no enfrentamento ao tráfico de drogas e à violência no Estado.

A ofensiva estadual teve o apoio de 2,5 mil agentes, blindados e helicópteros. Apesar da justificativa de segurança, entidades de direitos humanos e a Defensoria Pública do Rio classificaram a ação como um massacre, apontando um saldo de 132 mortos até o momento.

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