
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) voltou a causar polêmica ao usar as redes sociais para atacar o ator Wagner Moura. Em publicação feita na noite de domingo (14) no X (antigo Twitter), o parlamentar sugeriu ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, que investigue o artista, a quem classificou como “extremista”.

“Esse cara está morando nos EUA e continua apoiando Moraes, atacando TRUMP e dizendo que os EUA agora é uma ditadura. Acho que vale a pena dar uma olhadinha nesse EXTREMISTA @DeputySecState @SecRubio”, escreveu Gayer.
O deputado se referia a uma entrevista concedida por Moura à BBC News Brasil, na qual o ator faz críticas ao ex-presidente americano Donald Trump e defende a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Ator em evidência internacional
Radicado nos Estados Unidos há sete anos, Wagner Moura vive em Nova York com a família. O ator é protagonista do longa O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, escolhido para representar o Brasil no Oscar 2026. O trabalho já rendeu a Moura o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes, feito inédito para um brasileiro.
Na entrevista, o ator disse ter percebido uma “certa inveja” de americanos em relação ao funcionamento das instituições brasileiras. Ele comparou o julgamento do STF que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado com a falta de respostas da Justiça americana ao ataque ao Capitólio, em 2021.
“A gente está hoje vendo as instituições funcionando, vendo um crime contra a democracia sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal, enquanto que nos festivais norte-americanos pelos quais o filme passou, a gente sentia uma certa tristeza dos americanos, quase uma inveja”, afirmou.
Críticas a Trump e ao governo Bolsonaro
Moura também fez críticas à política anti-imigração de Trump e lembrou as dificuldades enfrentadas por artistas, universidades e pela imprensa no Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro.
A postura do ator tem repercutido na imprensa internacional. A revista britânica The Economist destacou, dias antes do julgamento no STF, que o Brasil estaria dando uma “lição de maturidade democrática”, ilustrando a reportagem com uma montagem de Bolsonaro vestido como o “Viking do Capitólio”, símbolo do ataque à sede do Legislativo americano.
