
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial de sete dias no Brasil pela morte do papa Francisco, ocorrida nesta segunda-feira (21), aos 88 anos. A decisão do governo federal foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União no final da tarde.

“É declarado luto oficial em todo o País, pelo período de sete dias, contado da data de publicação deste Decreto, em sinal de pesar pelo falecimento de Jorge Mario Bergoglio, Sua Santidade o papa Francisco, a quem serão tributadas honras fúnebres de Chefe de Estado”, diz o texto assinado por Lula e pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Lula: “Uma voz de acolhimento ao próximo” - Em nota divulgada pela manhã, o presidente lamentou profundamente a morte do pontífice e destacou sua importância espiritual, social e política. “O papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos”, escreveu Lula.
O chefe do Executivo brasileiro enalteceu a simplicidade e a coragem do papa, afirmando que ele foi incansável na missão de levar “o amor onde existia o ódio” e “a união onde havia a discórdia”.
Lula ainda ressaltou a atuação de Francisco na agenda internacional, especialmente em temas como mudanças climáticas, desigualdade social e críticas a modelos econômicos excludentes. “Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas”, pontuou.
O presidente brasileiro destacou a conexão do papa com o povo e disse que o argentino Jorge Mario Bergoglio será lembrado por sua empatia, espiritualidade e capacidade de dialogar com o mundo moderno.
Celebração pela saúde do papa - Em fevereiro deste ano, quando Francisco foi internado para tratar de uma pneumonia bilateral, Lula e a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, organizaram uma missa em Brasília para rezar por sua recuperação.
A celebração foi coordenada por Gilberto Carvalho, ex-ministro e amigo de longa data do presidente, e contou com a presença de três padres jesuítas e do cardeal Dom Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida. O gesto foi visto como um sinal de profunda admiração pessoal e institucional pelo líder da Igreja Católica.
Última aparição e funeral - O papa Francisco morreu em Roma, menos de um mês após deixar o hospital. No domingo (20), participou da missa de Páscoa no Vaticano, onde fez sua última aparição pública. O velório será realizado na Basílica de São Pedro, e a cerimônia oficial de despedida será organizada pelo Colégio Cardinalício.
