
O Governo de Mato Grosso do Sul deu mais um passo para fortalecer o atendimento a mulheres vítimas de violência com o início, nesta terça-feira (18), de uma capacitação voltada a 100 profissionais que atuam na rede de enfrentamento à violência de gênero. A ação faz parte do Programa Protege e prevê 120 horas de formação teórica e prática, com foco na qualificação do atendimento e integração entre os serviços públicos.
Realizada pela Secretaria de Estado da Cidadania (SEC), em parceria com a Fundação EscolaGov e a faculdade Insted, a formação tem como tema “O atendimento qualificado às mulheres em situação de violência: atuação em rede e práticas intersetoriais”. A iniciativa contempla servidores de diversas áreas e municípios, com o objetivo de padronizar os fluxos de atendimento, aprimorar a escuta sensível e tornar as políticas públicas mais eficazes.
Durante a abertura da capacitação, a secretária estadual da Cidadania, Viviane Luiza, enfatizou o impacto estrutural da formação: “Estamos fazendo parte de uma virada de chave para Mato Grosso do Sul. A formação é o caminho para corrigir fraturas sociais e construir uma sociedade mais igualitária. Queremos que as mulheres e meninas se sintam pertencentes ao nosso Estado e acolhidas quando buscarem ajuda”, disse.
Ela também ressaltou a importância da presença dos servidores em territórios específicos, como quilombos e aldeias, afirmando que o trabalho coletivo é o que torna as políticas públicas realmente eficazes.
Intersetorialidade e fortalecimento da rede - A aula inaugural abordou temas estratégicos no enfrentamento à violência de gênero, como os instrumentos institucionais e marcos legais que regem as políticas públicas de equidade. Também foram discutidas a governança integrada entre segurança, saúde, educação, assistência social e sociedade civil, além do uso de dados e evidências para orientar ações mais eficazes.
O curso também promove debates entre os profissionais, criando um espaço para a troca de experiências e reforçando a articulação entre os municípios e o Estado. A proposta é fomentar práticas intersetoriais e garantir um atendimento padronizado e eficiente.
O envolvimento das forças de segurança é um dos destaques da iniciativa. O diretor de Operações da Polícia Militar, coronel Wellington Klimpel, avaliou a formação como essencial para a atuação dos agentes. “Essa atualização traz coisas novas para a sociedade e para o servidor público. A profissionalização é constante, e isso contribui muito para o trabalho da Polícia Militar”, afirmou.
Já a assessora do Núcleo Institucional de Cidadania da Polícia Civil, Ariene Murad, destacou que o curso também contribuirá para a formalização de procedimentos internos. “Percebemos a necessidade de integração da rede nos municípios. Em razão do Protege, a Polícia Civil vai editar uma portaria para orientar os encaminhamentos à rede de proteção à mulher em todo o Estado”, revelou.
Participantes lotam o auditório da Insted durante a abertura da capacitação do Programa Protege, em Campo Grande, que reúne profissionais de diversas áreas para fortalecer o atendimento às mulheres em situação de violência.
Humanização no atendimento - A diretora da Insted, Neca Chaves Bumlai, reforçou o impacto direto do aprendizado na vida das mulheres atendidas pelo sistema público. “Quando falamos de direitos humanos e enfrentamento à violência, estamos falando de respeito, dignidade e vidas”, declarou.
Segundo a diretora de Desenvolvimento Profissional da EscolaGov, Alessandra Beker, o curso alcança servidores de diferentes localidades do Estado. “A cada dia, queremos fortalecer o acolhimento humanizado, a empatia e a dignidade no atendimento às mulheres”, pontuou.
A capacitação é parte do conjunto de ações permanentes do Programa Protege, estratégia estadual voltada ao combate à violência de gênero. O programa já atua nos 79 municípios do Estado e visa garantir um atendimento seguro, acolhedor e eficiente para todas as mulheres.
Ao unir instituições, políticas e servidores em um único esforço de qualificação, o Governo de Mato Grosso do Sul aposta em um modelo de atuação baseado na integração e na escuta ativa. A expectativa é de que, com profissionais mais preparados, o atendimento à mulher vítima de violência deixe de ser apenas um protocolo e passe a ser uma prática de acolhimento e transformação social.


