
Governadores aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestaram contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro nesta segunda-feira (4), em razão do descumprimento das medidas cautelares. Os governadores, entre eles Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União-GO), Eduardo Leite (PSD-RS), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), expressaram solidariedade ao ex-chefe do Executivo e criticaram a medida.

Romeu Zema foi um dos primeiros a se posicionar. Por meio de uma publicação em sua conta no X (antigo Twitter), o governador de Minas Gerais classificou a prisão domiciliar como “mais um capítulo sombrio na história de perseguição política do STF”. Zema também afirmou que a prisão de Bolsonaro ocorreu após o ex-presidente ter sua voz ouvida nas redes sociais, contrariando as restrições impostas pela Justiça. “Alexandre de Moraes agora colocou Bolsonaro em prisão domiciliar por ter sua voz ouvida nas redes”, escreveu Zema.
A prisão de Bolsonaro foi decretada por Moraes devido ao descumprimento das medidas cautelares que o impediam de se manifestar publicamente por meio de redes sociais, mesmo que por terceiros. No domingo (3), Bolsonaro participou de manifestações contra o STF ao discursar via telefone com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O discurso foi posteriormente compartilhado nas redes sociais, o que foi considerado uma violação das restrições.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, também se manifestou sobre o caso, criticando a decisão que resultou na prisão do ex-presidente. Caiado afirmou, em nota oficial, que “se um cidadão não pode se manifestar publicamente em sua defesa, é porque o veredito está dado”. O governador lamentou a prisão de Bolsonaro antes da conclusão de seu julgamento e destacou que o processo começou de forma equivocada, com o julgamento de Bolsonaro por uma Câmara do STF, e não pelo Pleno da Corte, como seria esperado.
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, compartilhou uma posição semelhante. Leite afirmou que não se agrada da ideia de um ex-presidente ser impedido de se manifestar e criticou a prisão de Bolsonaro antes de uma decisão final da Suprema Corte. "Nosso País não merece seguir refém desse cabo de guerra jurídico-político", disse Leite, destacando que a polarização no país tem atrasado a vida de todos. O governador ressaltou ainda que, embora não entre na discussão sobre a legalidade da prisão, acredita que o foco das autoridades deveria ser a resolução dos problemas do país e não o confronto entre adversários políticos.
Ratinho Júnior, governador do Paraná, também se manifestou em favor da pacificação política e expressou solidariedade a Bolsonaro. Embora sem citar diretamente Moraes ou o STF, Ratinho afirmou que “a briga não coloca mais comida na mesa do trabalhador” e defendeu a união para garantir a paz e o progresso do país. “Devemos buscar o equilíbrio e a harmonia dos Poderes, respeitando a Constituição”, concluiu.
Por fim, Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, afirmou que Bolsonaro já havia sido “julgado e condenado” antes mesmo de o processo começar, questionando se vale a pena acabar com a democracia no país. Tarcísio também criticou as acusações contra Bolsonaro, afirmando que o ex-presidente é acusado de uma tentativa de golpe que não ocorreu, de um crime inexistente e de acusações que, segundo ele, não podem ser comprovadas.
