Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
30 de outubro de 2025 - 00h48
CRISE NO RIO

GLO no Rio divide governo Lula e pode ser adotada mesmo sem pedido de Cláudio Castro

Assessores do presidente avaliam que situação é grave e defendem ação federal diante de operação que já soma mais de 100 mortos

29 outubro 2025 - 21h45Carolina Brígido
Megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão já é a mais letal da história do Rio de Janeiro.
Megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão já é a mais letal da história do Rio de Janeiro. - Foto: Reprodução/TV Globo

Embora o Palácio do Planalto descarte, por enquanto, uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio de Janeiro, a medida já é defendida por parte da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo sem um pedido oficial do governador Cláudio Castro (PL).

Canal WhatsApp

A possibilidade de intervenção federal com uso das Forças Armadas voltou a ser discutida após os desdobramentos da megaoperação policial contra o Comando Vermelho nos últimos dias, que resultou em mais de 100 mortos, incluindo quatro policiais.

Uma reunião realizada na tarde desta quarta-feira (29), em Brasília, reuniu a cúpula política e militar do governo, ainda sem a presença de Lula.

Divisão interna sobre o uso da GLO - O encontro expôs uma divisão entre os principais assessores do presidente. Um grupo defende que a GLO só deve ser aplicada se houver solicitação formal do governo estadual. No entanto, outro setor avalia que a gravidade da situação exige uma resposta da União, independentemente da vontade de Castro.

Segundo relatos, interlocutores mais próximos de Lula enxergam motivações eleitorais por parte do governador do Rio na condução da crise de segurança pública. Eles afirmam que Castro estaria mais preocupado com projeção política do que com o controle da violência.

Quem participou da reunião - Estiveram presentes na reunião o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o advogado-geral da União, Jorge Messias, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o chefe da Secom, Sidônio Palmeira, além de representantes do Ministério da Justiça, Polícia Federal e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Almirante Renato de Aguiar Freire.

Lula não participou diretamente, mas foi informado sobre os principais pontos do debate.

Governo cobra planejamento - Nos bastidores, técnicos do Ministério da Justiça demonstraram preocupação com a condução da operação, que teria ocorrido sem planejamento integrado com a Força Nacional. Para esses interlocutores, a ação deveria ter sido feita com apoio federal e mais coordenação tática, para evitar o alto número de mortos.

A GLO permite que as Forças Armadas atuem com poder de polícia em situações excepcionais, quando há risco à ordem pública. A última vez que o instrumento foi usado no Rio foi em 2018, durante o governo Michel Temer.

Por ora, o governo federal descarta adotar a medida, mas mantém o tema sob monitoramento. A possibilidade pode ser reavaliada nos próximos dias, dependendo da evolução da crise e da postura do governador.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop