
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou nesta sexta-feira (5) que o governo vai atuar para barrar o pedido de urgência na Câmara dos Deputados sobre o projeto que concede anistia a condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

Em entrevista à GloboNews, Gleisi destacou que o Executivo não admite qualquer tipo de perdão aos envolvidos, sejam eles líderes intelectuais ou pessoas que participaram da depredação em Brasília.
“Sequer estamos cogitando que esse projeto seja votado. Espero que a urgência seja derrotada, e nós vamos trabalhar para isso”, disse a ministra.
Críticas ao governador Tarcísio de Freitas - Durante a entrevista, Gleisi também criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem defendido a anistia como forma de pacificação do país.
“Acho o papel dele lamentável. Está capitaneando a extrema direita no Congresso em troca de apoio e votos de Bolsonaro. Não vejo condições de ele ser presidente do país”, declarou.
Na última quinta-feira (4), Tarcísio afirmou nas redes sociais que “anistia e perdão são os melhores remédios para pacificar o Brasil”. O governador tem articulado em Brasília e deve participar de um ato pela anistia no próximo domingo (7), na Avenida Paulista.
Segundo Gleisi, não há definição sobre votação na Câmara. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), teria informado a ela que a proposta não está na pauta por enquanto. No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) já sinalizou que não pretende colocar o tema em votação.
A ministra também comentou a posição do deputado Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara. Segundo ela, Lira integra a base do governo e não deve apoiar a anistia.
“Não conversamos com ele sobre anistia, mas acredito que, pela posição do deputado, não teria a postura de ir contra o governo nesta matéria”, afirmou Gleisi.
