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ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Gleice Jane denuncia abandono das comunidades do Pantanal durante sessão na Assembleia

Bioma enfrenta grave situação, alerta deputada, que defende políticas públicas imediatas

21 novembro 2024 - 09h41Assessoria de Imprensa
A deputada estadual Gleice Jane (PT/MS)
A deputada estadual Gleice Jane (PT/MS) - (Foto: Assessoria ALEMS)

Durante a sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul desta terça-feira (19), a deputada estadual Gleice Jane (PT/MS) denunciou mais uma vez a crise ambiental e social que ameaça o Pantanal Sul-Mato-Grossense, reforçando a necessidade de ações imediatas para proteger o bioma e suas comunidades. Em sua fala, ela compartilhou experiências de uma recente viagem de barco à região de Corumbá, durante a qual visitou comunidades ribeirinhas para ouvir as demandas locais.

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Desde os incêndios devastadores de 2020, a vulnerabilidade das comunidades ficou evidente, com impactos severos na saúde, segurança e meios de subsistência dos moradores. "Vivemos um momento extremamente grave e preocupante. Passei dois dias navegando, enfrentando sol e chuva, conversando com pescadores, professores e moradores para entender os desafios que enfrentam. As cinzas e a fumaça impactaram a saúde de todos, incluindo crianças, que ainda hoje vivem com o trauma de fugir do fogo. Conversei com famílias como a do Sr. Caetano, que relatou como o fogo chegou rapidamente, forçando-os a abandonar suas casas em meio ao desespero. Também visitei escolas que se transformaram em refúgio. Professores e moradores agiram heroicamente para proteger as crianças, deslocando-as de barco. Esse esforço foi vital, já que as chamas chegaram perigosamente perto”, contou.

Outro problema grave mencionado foi o assoreamento do rio Paraguai, que já engoliu parte de uma escola desativada, agora ocupada pelo Corpo de Bombeiros. A base instalada no local é fundamental para as ações de combate aos incêndios, mas, segundo a deputada, a falta de políticas públicas para preservar o bioma evidencia o abandono da região. "A saúde só chega às comunidades quatro vezes ao ano, por meio de barcos, e muitos moradores sequer conseguem votar, devido à distância e aos custos do deslocamento. Essa realidade contribui para a sensação de abandono que eles vivem", lamentou.

Durante a audiência pública em Corumbá, foram discutidas propostas como a criação de um Plano de Ação para o Pantanal, envolvendo a integração entre Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e países vizinhos, além de um olhar específico para a bacia hidrográfica e sua conexão com o Cerrado. "Também debatemos a criação de uma Universidade do Pantanal, com foco em pesquisa científica, capacitação de profissionais e um hospital veterinário para atender animais silvestres", acrescentou.

Gleice Jane ressaltou que a crise climática exige respostas concretas para preservar o Pantanal e suas comunidades. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o primeiro semestre de 2024 registrou o maior número de focos de incêndio no bioma desde 1998, com 2.333 alertas, um aumento de 1.628% em relação ao mesmo período do ano anterior. A parlamentar lembrou que, além dos danos ambientais, o fogo comprometeu drasticamente a vida de milhares de famílias.

Encerrando sua fala, a deputada fez um apelo contundente. "A defesa do Pantanal é uma luta de todos que acreditam na justiça social e ambiental. Precisamos garantir que o Estado esteja presente, ouvindo a população local, que detém um vasto conhecimento sobre o bioma. Somente com políticas públicas integradas, baseadas em ciência e no diálogo com as comunidades, conseguiremos enfrentar os desafios e assegurar o futuro desse patrimônio natural e cultural", afirmou.

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