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09 de dezembro de 2025 - 23h40
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POLÍTICA

Glauber Braga critica ação violenta após ser retirado do plenário e anuncia exame de corpo de delito

Deputado do PSOL acusa presidente da Câmara de tratamento desigual e denuncia censura durante operação no plenário

9 dezembro 2025 - 20h45Gabriel de Sousa, Gabriel Hirabahasi e Victor Ohana
Glauber Braga critica ação violenta da Polícia Legislativa e anuncia exame de corpo de delito após ser retirado do plenário.
Glauber Braga critica ação violenta da Polícia Legislativa e anuncia exame de corpo de delito após ser retirado do plenário. - (Foto: SERGIO LIMA / AFP)
Terça da Carne

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) criticou duramente a ação da Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados, que o retirou à força da cadeira da Presidência no plenário da Casa nesta terça-feira (9). Após o episódio, o parlamentar anunciou que fará exame de corpo de delito e cobrou explicações do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por, segundo ele, autorizar uma “ação violenta e desproporcional”.

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“Precisa atacar as deputadas? Precisava de uma ação violenta e forçada?”, questionou Glauber durante entrevista coletiva, ao denunciar que a repressão à manifestação foi acompanhada de restrição ao trabalho da imprensa. “A TV Câmara foi desligada. A imprensa foi retirada do plenário. Isso foi feito para que os jornalistas não acompanhassem o que ocorreu na Casa”, afirmou.

Glauber disse que sua ocupação simbólica da cadeira da Presidência foi um protesto contra a votação do projeto que prevê a redução das penas de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, apelidado por ele de “pacote golpista”. O projeto está previsto para ser votado ainda nesta semana e, segundo o parlamentar, busca beneficiar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A minha presença hoje na Mesa Diretora da Câmara foi exatamente para demonstrar que a gente não pode se render. Me acusam de ter defendido a honra da minha mãe? De ter denunciado o orçamento secreto? De ter batido de frente com o todo poderoso Arthur Lira?”, disse o deputado, que já responde a um processo no Conselho de Ética por agressão a um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), fato ocorrido em abril de 2024.

O presidente Hugo Motta anunciou que colocará o pedido de cassação de Glauber em votação no plenário nos próximos dias. Caso aprovado, o deputado poderá perder o mandato e ficar inelegível por oito anos. Glauber, no entanto, rejeita a possibilidade e afirma que sua atuação é coerente com a defesa da democracia.

Glauber também criticou o presidente da Câmara por, segundo ele, ter adotado uma postura conivente com deputados bolsonaristas que ocuparam a Mesa Diretora em agosto para pressionar a votação da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

“A única coisa que eu pedi ao presidente da Câmara foi que ele tivesse 1% do tratamento comigo que teve com aqueles que sequestraram a Mesa Diretora da Câmara, por 48 horas, em associação com um deputado que está nos Estados Unidos conspirando contra o nosso país”, disse Glauber, em referência velada a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ausente do Brasil desde março.

Ao final da coletiva, o parlamentar garantiu que continuará sua atuação de oposição e protesto. “As ações não vão se encerrar nesta terça. Vamos lutar para que não firam a democracia com esse pacote golpista”, concluiu.

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