A Câmara dos Deputados viveu uma tarde de tensão nesta terça-feira (9) depois que o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou a cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e se recusou a deixar o posto. A atitude levou a polícia legislativa a esvaziar o plenário, enquanto a TV Câmara cortou a transmissão e a imprensa foi retirada do local.
A movimentação ocorreu poucas horas após o anúncio de que o plenário votará nesta quarta-feira (10) o pedido de cassação do mandato de Glauber. O processo foi aprovado pelo Conselho de Ética em abril e teve o recurso rejeitado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A ação de Glauber aconteceu durante o Pequeno Expediente, fase inicial da sessão em que não há votações e os parlamentares podem discursar por até cinco minutos. A sessão também poderia avançar, ainda hoje, para a análise do projeto que reduz as penas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros condenados pelos atos golpistas.
Em pronunciamento, o deputado afirmou que sua decisão foi um protesto direto contra o processo que enfrenta no Conselho de Ética. “Eu vou me manter aqui, firme, até o final dessa história”, declarou. Segundo ele, a decisão de Hugo Motta de pautar a cassação nesta semana foi tomada “de surpresa”.
Glauber também criticou a condução do presidente da Câmara ao comparar sua situação com a de parlamentares que participaram dos atos de 8 de janeiro. “Se o presidente quiser tomar uma atitude diferente da que ele tomou com os golpistas que ocuparam esta Mesa Diretora e que até hoje não tiveram qualquer punição, esta é uma responsabilidade dele. Eu aqui ficarei até o limite das minhas forças”, afirmou.
