
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), permaneceu em silêncio e isolado na sessão da Primeira Turma nesta quinta-feira (11), enquanto os demais ministros debatiam o julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado supostamente liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus.

Após um voto de mais de 12 horas na sessão anterior, Fux optou por não interagir com a ministra Cármen Lúcia nem discutir aspectos técnicos da denúncia, permanecendo com o olhar baixo e manuseando papéis durante quase toda a sessão. O único momento de atenção foi quando o relator, Alexandre de Moraes, exibiu vídeos que reforçavam a liderança de Bolsonaro na organização criminosa; logo em seguida, Fux voltou a se isolar.
Enquanto isso, Cármen Lúcia e o ministro Flávio Dino conduziam a sessão com maior leveza, arrancando risadas da plateia e trocando recados sutis a Fux. Em uma interação, Dino explicou sua estratégia de usar o “banco de horas” em votos longos, e Cármen provocou: “Mas vai usar tudo no meu?”, gerando risadas entre os presentes.
O clima descontraído contrastou com a tensão da sessão anterior, quando Fux havia feito críticas extensas às posições de seus colegas. Nesta quinta, a expectativa de pessoas próximas ao STF era que a sessão servisse para rebater o voto do ministro, que havia vetado discussões colegiadas no dia anterior.
A postura de Fux evidencia o isolamento do magistrado no colegiado, enquanto a Primeira Turma debate o papel de Bolsonaro e seus aliados na tentativa de golpe e a constituição de uma organização criminosa para atacar a democracia brasileira.
