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CORRUPÇÃO NO FUTEBOL

Francisco Cezário deixa a prisão novamente, mas o apito final da justiça ainda está longe

Presidente afastado da FFMS, Francisco Cezário, é solto pela segunda vez, mas segue com tornozeleira eletrônica e está proibido de se envolver em questões relacionadas ao futebol.

14 setembro 2024 - 19h57Ricardo Eugenio
Francisco Cezário, presidente afastado da FFMS, é solto pela segunda vez e segue sob monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Francisco Cezário, presidente afastado da FFMS, é solto pela segunda vez e segue sob monitoramento por tornozeleira eletrônica. - (Foto: Anderson Ramos)

A história de Francisco Cezário de Oliveira, presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), parece se desenrolar em capítulos que mesclam política, futebol e problemas de saúde. Aos 78 anos, Cezário foi solto pela segunda vez, em mais um giro dessa novela que começou com sua prisão em maio deste ano, acusado de participação em um esquema de corrupção que teria desviado R$ 6 milhões dos cofres da federação.

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Cezário foi detido na Operação Cartão Vermelho, uma investida do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que trouxe à tona acusações de desvios e supostos favorecimentos na gestão da FFMS. Na época, a prisão teve um impacto estrondoso, não apenas pela gravidade das acusações, mas pelo peso simbólico de um presidente veterano que sempre foi um nome conhecido nos bastidores do futebol sul-mato-grossense.

As idas e vindas da justiça e da saúde - Solto em junho, após sofrer um infarto, Cezário foi liberado com a condição de que usasse tornozeleira eletrônica e se mantivesse afastado dos assuntos relacionados à federação de futebol. As investigações do Gaeco apontavam que ele havia desrespeitado essa regra e, como em um replay de um jogo mal jogado, Cezário foi preso novamente. A acusação? Supostamente ter continuado a se envolver em assuntos do futebol.

Agora, após uma breve passagem pelo hospital devido a um quadro de desidratação, ele foi liberado pela segunda vez, mas com a tornozeleira eletrônica ainda no tornozelo e a velha proibição de sequer pensar em futebol – pelo menos até que a justiça diga o contrário.

O advogado de Cezário, Júlio César Marques, é enfático em afirmar que o retorno à prisão não teve relação com a saúde do dirigente e que o pedido de soltura já estava protocolado antes de ele ser internado. Para o advogado, foi uma mera coincidência temporal. A situação do presidente afastado é, no mínimo, peculiar: uma figura central do futebol estadual, que de repente se vê impedido de participar das conversas que sempre dominaram sua vida.

O futebol segue, mas Cezário está fora de campo - Enquanto Cezário se defende, a FFMS continua funcionando – agora sob o comando de Estevão Petrallás, ex-presidente do Operário Futebol Clube de Campo Grande. Nomeado para substituir Cezário em maio, Petrallás assumiu a missão de guiar a federação em meio ao turbilhão de acusações e investigações. Até agora, ele tem mantido distância dos escândalos e procurado seguir com as atividades da federação, tentando resgatar a imagem do futebol sul-mato-grossense.

A grande questão, no entanto, é como essa saga vai terminar. A investigação do Gaeco ainda não está concluída, e enquanto isso, Cezário, que por décadas esteve à frente do futebol no estado, fica no limbo. Monitorado por uma tornozeleira, distante dos gramados e proibido de voltar a qualquer assunto que envolva a FFMS.

O escândalo que não para - A Operação Cartão Vermelho escancarou um esquema de corrupção que abalou as estruturas da FFMS. No centro da investigação estão desvios milionários e favorecimentos internos. Para muitos, a prisão de Cezário foi um choque – não apenas pela gravidade das acusações, mas também pela figura que ele representa no esporte estadual.

Em meio às denúncias, o futebol no Mato Grosso do Sul segue em frente. O que não segue, pelo menos por enquanto, é a vida de Francisco Cezário como conhecíamos. Para ele, restam os próximos capítulos dessa novela jurídica que ainda está longe de acabar.

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