
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou neste sábado (22) que a prisão preventiva do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem caráter de perseguição política. Em live transmitida pelo seu canal no YouTube, o parlamentar também acusou Moraes de tentar envolvê-lo diretamente na justificativa da detenção.
“É minha opinião parlamentar: há perseguição contra o presidente Jair Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes tentou usar, mais uma vez, um filho para tentar culpar o pai”, declarou Flávio, em referência à vigília convocada por ele na noite anterior em frente à residência do ex-presidente, apontada na decisão como potencial risco de tumulto e fuga.
Críticas ao Judiciário e ao “simbolismo do número 22” - O senador argumentou que o processo judicial está repleto de "simbologias" que, segundo ele, teriam caráter político. “A decisão estava pronta desde ontem, dia 21. Por que ele quer prender no dia 22? Por que ele dá uma multa de R$ 22 milhões no partido quando Bolsonaro pede para que se investigue os indícios de problemas que possam ter havido nas eleições de 2022?”, questionou, em referência ao número de urna de seu pai nas últimas eleições.
Flávio também expressou indignação com a situação do ex-presidente, que, segundo ele, está doente e foi injustamente privado de liberdade. “O momento não é de discutir sucessão. Quem falar agora em sucessão é um canalha. O momento é de dar suporte para um cara que está doente dentro do cárcere”, disse.
O senador reiterou que nunca se colocou como pré-candidato à Presidência da República e que sua prioridade é a reeleição ao Senado, caso o partido decida por isso. “Sempre disse que sou candidato à reeleição. Isso tudo é medo? Querem enterrar todos os Bolsonaros vivos? Isso tudo é medo de quê?”, questionou.
Decisão judicial apontou risco de fuga - A prisão preventiva de Jair Bolsonaro foi decretada por Alexandre de Moraes com base na suposta violação da tornozeleira eletrônica, na proximidade de sua residência com embaixadas — especialmente a dos Estados Unidos — e na mobilização política em torno do imóvel, citando especificamente a vigília convocada por Flávio como fator de risco à ordem pública e à execução da medida judicial.
Moraes também apontou descumprimentos reiterados das medidas cautelares e o risco de evasão como justificativas para a prisão. A medida tem causado reações de aliados, que falam em injustiça e perseguição.

