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MINISTRO DO STF

Flávio Dino pede investigação da PF sobre ameaças após votar contra Bolsonaro no STF

Ministro relatou mensagens nas redes sociais que sugeriam ataques inspirados em episódio no Nepal

11 setembro 2025 - 21h45Raisa Toledo
O ministro Flávio Dino acompanhou o relator Alexandre de Moraes em seu voto sobre a trama golpista.
O ministro Flávio Dino acompanhou o relator Alexandre de Moraes em seu voto sobre a trama golpista. - (Foto: Wilton Junior/Estadão)
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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu à Polícia Federal (PF) a abertura de uma investigação sobre ameaças recebidas nas redes sociais. O ofício foi enviado nesta quarta-feira (11), um dia após ele votar pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado.

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Segundo Dino, as intimidações começaram “imediatamente após” o voto proferido na última terça-feira (9). Muitas mensagens faziam referência a um episódio no Nepal, em que a esposa de um ex-primeiro-ministro morreu em um incêndio durante protestos que culminaram na renúncia dele.

Entre os comentários citados no ofício estão frases como: “temos que fazer igual no Nepal” e “Nepal tá ensinando direitinho como se faz”.

No documento, o ministro alertou que esse tipo de discurso pode motivar atos violentos, como os ataques ao prédio do STF em anos anteriores.

“Como sabemos, há indivíduos que são conduzidos por postagens e discursos distorcidos sobre processos judiciais, acarretando atos delituosos — a exemplo de ataques ao edifício-sede do STF, inclusive com uso de bombas”, destacou Dino.

O magistrado também frisou que seu voto foi dado “no regular cumprimento da função pública que exerce”, seguindo o relator Alexandre de Moraes. Dino classificou Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que atentou contra as instituições e defendeu penas mais duras para ele e o general Braga Netto, apontados como protagonistas da tentativa de golpe.

Não é a primeira vez que o ministro enfrenta episódios de violência verbal. Na semana passada, quando embarcava para Brasília, Dino foi hostilizado por uma passageira dentro de um voo. A mulher acabou indiciada pela Polícia Federal por injúria qualificada e incitação ao crime.

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