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JUSTIÇA

Flávio Dino acompanha Moraes na condenação de Bolsonaro, mas pede penas menores a três réus

Ministro do STF reconheceu participação reduzida de Ramagem, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira; julgamento será retomado nesta quarta

9 setembro 2025 - 17h05Lavínia Kaucz, Pepita Ortega e Gabriel Hirabahasi
Flávio Dino votou pela condenação de Bolsonaro, mas reconheceu participação reduzida de Ramagem, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira
Flávio Dino votou pela condenação de Bolsonaro, mas reconheceu participação reduzida de Ramagem, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira - (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira (9) pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado. Dino acompanhou o relator, Alexandre de Moraes, mas ressaltou que três acusados tiveram papel de menor relevância na trama golpista e, por isso, defendeu a aplicação de penas mais brandas a eles.

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Os réus citados por Dino foram o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa.

“Não se cuida de fazer a dosimetria, mas adianto que os níveis de culpabilidade são diferentes. Em relação a Bolsonaro e Braga Netto, a culpabilidade é bastante alta. O mesmo em relação a Anderson Torres, Almir Garnier e Mauro Cid, embora este tenha benefícios da colaboração premiada. Já em relação a Paulo Sérgio, Augusto Heleno e Ramagem, considero que houve participação de menor importância”, afirmou Dino.

Argumentos sobre os três réus

Ramagem: Dino destacou que o ex-diretor da Abin deixou o governo em março de 2022, o que teria reduzido sua influência nos eventos posteriores.

Augusto Heleno: o ministro observou que o general não participou de reuniões-chave sobre o golpe, o que diminui sua responsabilidade.

Paulo Sérgio Nogueira: Dino afirmou que o então ministro da Defesa chegou a tentar dissuadir Bolsonaro, mas não conseguiu. Para o magistrado, a frustração da assinatura da minuta golpista se deveu à resistência de outros comandantes militares, não a uma desistência espontânea de Nogueira.

Julgamento suspenso

A sessão foi suspensa e será retomada na quarta-feira (10), às 9h, com o voto do ministro Luiz Fux. Há expectativa de que Fux apresente divergência sobre a forma de aplicação das penas, já que em julgamentos anteriores ele e o ministro Cristiano Zanin se manifestaram a favor de punições menores.

A defesa dos acusados aposta na tese de que os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado devem ser absorvidos um pelo outro, impedindo a soma das penas. Dino, no entanto, rejeitou essa possibilidade.

A definição final sobre o tamanho das punições será feita após o julgamento do mérito, previsto para encerrar na sexta-feira (12).

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