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16 de dezembro de 2025 - 03h08
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POLÍTICA

Flávio Bolsonaro diz que associação com Trump não ajudaria pré-candidatura ao Planalto

Senador minimiza impacto de recuo dos EUA sobre sanções a Moraes e afirma que haverá um Bolsonaro nas urnas em 2026

15 dezembro 2025 - 21h00Guilherme Caetano
O senador Flávio Bolsonaro afirmou que não vê vantagem em associar sua imagem à de Donald Trump na pré-candidatura ao Planalto.
O senador Flávio Bolsonaro afirmou que não vê vantagem em associar sua imagem à de Donald Trump na pré-candidatura ao Planalto. - (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Terça da Carne

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta segunda-feira (15) que não considera positiva uma eventual associação direta entre sua pré-candidatura à Presidência da República e a imagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A declaração foi feita durante entrevista ao canal LeoDias TV, no YouTube, em meio ao desgaste de Trump com setores da militância bolsonarista no Brasil.

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A fala ocorre após o governo norte-americano retirar o nome do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes da lista de sancionados pela Lei Magnitsky. A decisão, anunciada na última sexta-feira, também excluiu da relação a advogada Viviane Barci, esposa do magistrado, e o Instituto Lex, empresa administrada por ela com participação dos filhos do casal.

Moraes havia sido incluído na lista de sanções no dia 30 de julho, durante um período de pressão do governo Trump para que o STF recuasse no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma organização criminosa na tentativa de golpe de Estado. A retirada das punições gerou forte reação negativa entre apoiadores do bolsonarismo.

Flávio negou que o recuo da Casa Branca represente um enfraquecimento político da família Bolsonaro. Segundo ele, a decisão não tem relação com sua pré-candidatura nem com articulações feitas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se encontra nos Estados Unidos e vinha sendo creditado por aliados como interlocutor junto ao governo americano.

“As sanções que foram impostas ao Brasil e a Lei Magnitsky não foram manipulação do Eduardo. As empresas e os cidadãos americanos perseguidos pelo Moraes sempre foram interesses do Trump. Acreditar que o Eduardo manipula o Trump, isso não dá. Não tem nada a ver com a minha candidatura. Nem sei se é bom ter Trump colado com a minha imagem”, afirmou o senador.

Após o anúncio da retirada das sanções, Eduardo Bolsonaro publicou uma nota de pesar nas redes sociais. Em mensagem divulgada no X, afirmou que “Deus tenha misericórdia do povo brasileiro” e disse que o País perdeu uma “janela de oportunidade” para enfrentar problemas estruturais. Na mesma noite, Alexandre de Moraes agradeceu publicamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo empenho do Palácio do Planalto em negociar a reversão das punições junto à Casa Branca.

A decisão de Trump provocou uma enxurrada de críticas na direita brasileira, tanto de militantes quanto de parlamentares bolsonaristas. Nas redes sociais, o presidente norte-americano passou a ser chamado de “decepção”, com mensagens que acusavam abandono do ex-presidente Jair Bolsonaro e submissão ao STF.

Apesar do cenário, Flávio reafirmou que mantém sua pré-candidatura e garantiu que o sobrenome Bolsonaro estará presente nas urnas em 2026. Segundo ele, sua eventual campanha terá um perfil diferente do governo do pai, com postura mais moderada e foco no diálogo.

“As pessoas vão ver um Bolsonaro mais centrado. Sempre cobraram isso: ‘ah, o Bolsonaro podia falar menos’. Eu não quero falar em versão melhorada, mas acredito que sou de um perfil mais de conversar, buscar diálogo, inclusive com a esquerda. Nunca levo para o CPF de ninguém”, declarou.

O senador evitou apontar apoio a outros nomes da direita caso não seja o candidato do campo bolsonarista. Entre os possíveis presidenciáveis estão os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União-GO), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Romeu Zema (Novo-MG).

“O único nome colocado é o meu. Tem que perguntar para eles se me apoiariam. Olha que problema bom: tem um monte de nomes bons que vão estar unidos contra o PT em 2026”, disse.

Flávio também afirmou que, se pudesse escolher, preferiria uma mulher como candidata a vice-presidente em sua chapa. Segundo ele, a composição ajudaria a dialogar com segmentos do eleitorado em que o bolsonarismo enfrentou maior resistência em 2022, como mulheres, eleitores do Nordeste e a população de menor renda.

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