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POLÍTICA E JUSTIÇA

Flávio Bolsonaro ataca Moraes e acusa "processo viciado" após sanção dos EUA

Senador critica o ministro do STF e reage às sanções aplicadas contra o irmão e o pai; Moraes defende imparcialidade e independência do Judiciário

1 agosto 2025 - 15h05Karina Ferreira
Flávio Bolsonaro ataca Moraes e denuncia processo viciado após sanções dos EUA; Moraes defende imparcialidade e fala sobre os ataques.
Flávio Bolsonaro ataca Moraes e denuncia "processo viciado" após sanções dos EUA; Moraes defende imparcialidade e fala sobre os ataques. - (Foto: Wilton Junior/Estadão)

Flávio Bolsonaro critica Alexandre de Moraes e denuncia "processo viciado" após sanções dos EUA

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a sanção imposta pelos Estados Unidos ao magistrado e as recentes declarações de Moraes sobre as investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Flávio usou suas redes sociais para criticar a atuação de Moraes e questionar a imparcialidade no tratamento dos casos envolvendo sua família.

Em uma publicação no X (antigo Twitter), Flávio afirmou que não há "devido processo legal" nas ações conduzidas por Moraes e que o processo é "viciado" e "maculado". Ele também criticou a falta de transparência e citou o comportamento do irmão, Eduardo, em relação às sanções impostas pelos Estados Unidos como uma “óbvia e objetiva causa de impeachment” de Moraes. "NÃO HÁ transparência, há vazamentos seletivos para destruir reputações e promover linchamentos públicos. Processo viciado e integralmente maculado. Por muito menos, mas muuuuuuito menos, Lula foi descondenado… mas contra Bolsonaro vale tudo!", escreveu Flávio.

Sanções dos EUA e impeachment de Moraes

O ataque de Flávio Bolsonaro se deu após a aplicação de sanções contra Alexandre de Moraes, pela Lei Magnitsky, que foi sancionada pelos Estados Unidos na quarta-feira, 30 de julho. As sanções, que têm como alvo supostos violadores de direitos humanos e ditadores, também ocorreram em um contexto de crescente tensão entre o governo brasileiro e a administração de Donald Trump. Além das sanções pessoais contra Moraes, os Estados Unidos também oficializaram tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

No mesmo dia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs as sanções ao ministro do STF, que é responsável por relatar inquéritos e a ação penal contra os Bolsonaro, incluindo um processo relacionado ao golpe de Estado de 8 de janeiro. As sanções são vistas como uma tentativa de pressionar a condução do processo que envolve a família Bolsonaro, um movimento que intensificou o confronto entre as autoridades brasileiras e o governo norte-americano.

Primeira manifestação pública de Moraes após sanções dos EUA

Após a sanção dos Estados Unidos, Moraes se manifestou publicamente pela primeira vez durante sessão da Corte na sexta-feira, 1º de agosto. O ministro defendeu a imparcialidade do STF e afirmou que "pseudo-patriotas" estariam tentando interferir nas investigações e ações judiciais. Ele também reagiu à pressão para arquivar as ações penais contra Jair Bolsonaro, dizendo que isso seria um ato "tirânico" e uma violação da Constituição. Moraes destacou que as acusações contra o ex-presidente e seus familiares seguirão sendo tratadas conforme a lei, sem influência externa.

Pedido de impeachment e crise política

Na semana anterior, Flávio Bolsonaro havia protocolado um pedido de impeachment contra Moraes, acusando-o de abuso de poder e de adotar medidas cautelares contra seu pai sem justificativa legal. O pedido de impeachment foi uma reação à imposição de medidas restritivas a Bolsonaro no inquérito que investiga a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, o que, segundo Flávio, constitui uma perseguição política.

O clima de tensão entre o Supremo Tribunal Federal e a família Bolsonaro segue acirrado, com a oposição acusando o STF de agir de maneira política e o governo defendendo a independência do Judiciário.

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