
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apagou, nesta segunda-feira, 4 de agosto, um vídeo em que mostrava seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), participando, por telefone, de um ato na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, no último domingo, 3. O vídeo foi retirado do ar após gerarem polêmica, uma vez que a comunicação de Bolsonaro com os manifestantes poderia ter violado as restrições impostas a ele pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No vídeo, o áudio do telefonema de Flávio Bolsonaro a seu pai foi transmitido por alto-falantes aos manifestantes. "Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos, é pela nossa liberdade. Estamos juntos", disse o ex-presidente, se dirigindo ao público presente na orla de Copacabana. O momento foi registrado e compartilhado pelo filho de Bolsonaro nas redes sociais, com o ex-presidente aparecendo segurando o celular e com a tornozeleira eletrônica visível.
A postagem foi acompanhada de uma legenda de Flávio, que escreveu: "Palavras de Bolsonaro em Copacabana. A legenda é com vocês". O vídeo gerou repercussão, especialmente pelo fato de Jair Bolsonaro estar proibido, por medida cautelar, de utilizar redes sociais – uma restrição imposta pelo ministro Alexandre de Moraes do STF.
Possível descumprimento de medidas cautelares
A publicação foi retirada do ar após especialistas apontarem que ela poderia representar uma violação das condições impostas a Jair Bolsonaro, que, desde 18 de julho, enfrenta restrições judiciais, entre elas a proibição de usar redes sociais. A medida cautelar foi um dos elementos da investigação sobre a conduta do ex-presidente, e a sua transgressão por meio de publicações em redes sociais poderia configurar um novo desrespeito às normas judiciais.
Interlocutores próximos ao ministro Alexandre de Moraes avaliam que o vídeo publicado por Flávio Bolsonaro poderia ser considerado um descumprimento da ordem de restrição, visto que o ex-presidente não pode se manifestar por qualquer meio, nem mesmo através de terceiros.
Nikolas Ferreira também expõe vídeo de Bolsonaro
Em São Paulo, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também foi protagonista de um momento polêmico. Durante o ato em apoio a Bolsonaro, ele mostrou uma videochamada com o ex-presidente em seu celular. Ao exibir o telefonema, Ferreira afirmou ao público: "Não pode falar, mas pode ver", gerando reações e questionamentos sobre as consequências jurídicas desses atos.
Controvérsias e repercussões jurídicas
A medida de restrição às redes sociais imposta a Bolsonaro já foi alvo de controvérsia. No início de agosto, três dias após a proibição, o ex-presidente discursou na Câmara dos Deputados, e seus apoiadores replicaram as declarações em redes sociais. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, decidiu questionar a defesa de Bolsonaro, que alegou desconhecimento da restrição em relação a entrevistas, mas classificou a transgressão como uma "irregularidade isolada".
O episódio em Copacabana adiciona mais um capítulo a essa disputa jurídica, com as autoridades observando de perto as ações do ex-presidente e seus aliados.
