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Fios soltos geram acidentes em Campo Grande e Assembleia pressiona Energisa

Assembleia Legislativa cobra da Energisa a retirada de cabos soltos nas ruas de Campo Grande, após denúncias de acidentes com motociclistas.

6 fevereiro 2025 - 11h40Miriam Ibanhes
Paulo Duarte reitera pedido de retorada de cabos, fios e cordoalhas soltas na estrutura da rede elétrica.
Paulo Duarte reitera pedido de retorada de cabos, fios e cordoalhas soltas na estrutura da rede elétrica. - (Foto: Divulgação)

Em meio às constantes denúncias e acidentes envolvendo motociclistas, a fiação solta nas ruas de Campo Grande voltou ao centro das discussões na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

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Nesta quarta-feira (5), o deputado estadual Paulo Duarte (PSB) apresentou nova indicação cobrando da Energisa, concessionária responsável pela rede elétrica, a retirada de fios, cabos e cordoalhas abandonados. O pedido inclui ainda ações conjuntas com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública.

Em janeiro de 2025, pelo menos três acidentes com motociclistas foram registrados na capital sul-mato-grossense, todos envolvendo fiações soltas, segundo relatórios preliminares do Corpo de Bombeiros. “Já tínhamos feito essa solicitação em junho de 2024, mas o aumento dos casos e o risco evidente à segurança pública nos obrigam a reforçar o pedido”, afirmou Duarte durante a sessão.

A situação não é exclusiva de Campo Grande: denúncias semelhantes vêm de outros municípios do estado, especialmente Dourados, Três Lagoas e Corumbá. De acordo com estimativas da Secretaria de Segurança Pública, mais de 448 denúncias de fiações perigosas foram feitas na capital desde 2024.

Energisa é responsável, mas empresas de telecomunicações também têm papel na crise - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por meio da resolução normativa nº 1.044 de 2022, determina que cabe à Energisa administrar a infraestrutura compartilhada de postes e garantir a manutenção da fiação. Segundo a norma, a concessionária deve coordenar a remoção de cabos não utilizados, incluindo aqueles abandonados por operadoras de telefonia, internet ou TV a cabo.

Duarte enfatizou que, embora a responsabilidade inicial recaia sobre a Energisa, as empresas de telecomunicações também contribuem para o problema. “As empresas abandonam os cabos após desativarem seus serviços e, em muitos casos, não se responsabilizam pela remoção. Isso agrava a situação e cria um cenário perigoso nas ruas”, explicou o deputado.

Além disso, Duarte destacou outro agravante: o uso clandestino da rede elétrica. “Muitas empresas ilegais utilizam os postes sem autorização e, quando deixam o serviço, abandonam os cabos. Isso precisa ser combatido”, afirmou.

Acidentes expõem risco diário - Em janeiro, um dos casos mais graves foi registrado na Avenida Ernesto Geisel, onde um motociclista sofreu ferimentos após enroscar-se em fios soltos enquanto trafegava à noite. O acidente chamou a atenção para a falta de fiscalização e manutenção dos postes na cidade. “Não podemos esperar uma tragédia para resolvermos isso. O risco é diário e afeta pedestres, ciclistas e motoristas”, alertou Duarte.

O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil também identificaram áreas críticas em Campo Grande, incluindo os bairros Aero Rancho, Nova Lima e Moreninhas, onde a presença de cabos soltos é constante.

O que prevê a lei? A resolução da Aneel estabelece que a Energisa deve não apenas monitorar o uso da rede elétrica, mas também agir de forma preventiva para evitar acidentes. A concessionária é responsável por notificar as empresas que utilizam os postes de forma inadequada e, caso necessário, realizar a remoção dos cabos por conta própria.

“Precisamos garantir que a legislação seja cumprida”, disse Duarte. “A negligência nesse tipo de manutenção não só compromete a segurança pública, mas também causa prejuízos financeiros ao Estado, com internações e danos materiais.”

O próximo passo - O pedido de Duarte será encaminhado oficialmente à Energisa e à Secretaria de Segurança Pública. A expectativa é que uma força-tarefa seja organizada para mapear e remover os pontos mais críticos. Enquanto isso, a população continua sob alerta. “Esse problema afeta a todos. Precisamos de uma solução urgente para evitar novas vítimas”, concluiu o deputado.

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