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NACIONAL

Filha de ministro do STF é atacada ao sair da universidade

Professora Melina Fachin foi alvo de insultos e cusparada; caso ocorreu após conflito político no campus da UFPR

15 setembro 2025 - 11h25Raisa Toledo
Melina Fachin é agredida ao sair da UFPR; caso ocorreu após tensão política no campus e gerou repúdio de entidades.
Melina Fachin é agredida ao sair da UFPR; caso ocorreu após tensão política no campus e gerou repúdio de entidades. - (Foto: Reprodução)

A professora Melina Fachin, diretora do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e filha do ministro do STF Edson Fachin, foi agredida verbalmente e atingida por uma cusparada na última sexta-feira (12), ao sair da universidade em Curitiba.

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De acordo com relatos publicados nas redes sociais pelo marido dela, o advogado Marcos Gonçalves, o autor da agressão é um homem branco, ainda não identificado. Melina foi chamada de "lixo comunista" e não comentou publicamente o ocorrido.

O ataque acontece dias após um episódio de tensão política dentro do campus da UFPR, envolvendo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e grupos contrários à realização de um evento que discutiria o papel do Supremo Tribunal Federal. A universidade cancelou a atividade, que tinha como convidados o vereador de Curitiba Guilherme Kister (Novo) e o advogado Jeffrey Chiquini, após manifestações e confrontos entre estudantes. A Polícia Militar chegou a entrar na instituição, sem autorização da reitoria, e foi acusada de agir de forma desproporcional.

Conflito político antecedeu a agressão - O marido de Melina relacionou o ataque ao ambiente de hostilidade política crescente. “Essa violência tem origem no discurso de ódio promovido por setores da extrema direita. O ataque à Melina é consequência direta disso”, afirmou Marcos Gonçalves em publicação online.

Segundo ele, o episódio não foi isolado e reflete uma tentativa de silenciar vozes ligadas à defesa dos direitos humanos e da democracia dentro do ambiente universitário.

A agressão gerou forte repercussão dentro da UFPR e entre entidades da sociedade civil. O Centro de Estudos da Constituição da universidade publicou nota repudiando o ataque, que classificou como "ato covarde de intimidação".

“Melina Fachin foi vítima de violência física e verbal em um espaço que deve ser protegido como ambiente de diálogo e liberdade”, diz o texto, que também alerta para o avanço da intolerância política no meio acadêmico.

A Comissão de Estudos de Violência de Gênero da OAB Paraná, além de coletivos universitários e organizações ligadas aos direitos humanos, também se manifestaram em apoio à professora. Eles destacaram sua atuação em pautas como igualdade de gênero e justiça social.

Procurado pela imprensa, o Supremo Tribunal Federal ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.

O ministro Edson Fachin, pai da professora, assumirá a presidência do STF nos próximos dias. Ele não faz parte da Primeira Turma da Corte, que condenou Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes, em decisão tomada na semana passada.

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