Entre autoridades, diplomatas e investidores de três continentes, uma sigla do Centro-Oeste brasileiro circulava com protagonismo nos corredores do Brazil Africa Forum 2025, realizado nos dias 4 e 5 de novembro, em São Paulo: Fiems, a Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul.
Quem representou o estado foi o diretor de relações internacionais da entidade, Aurélio Rocha, que defendeu com firmeza uma agenda ambiciosa: inserir Mato Grosso do Sul de forma permanente nas novas rotas de comércio com o continente africano e com o Oriente Médio.
“Participar do fórum foi uma oportunidade valiosa de aprofundar o diálogo com países africanos e reforçar nosso propósito de promover o comércio internacional e ampliar as exportações do Mato Grosso do Sul”, destacou Rocha.
Comércio, geopolítica e oportunidade - A edição de 2025 do fórum reuniu lideranças do Itamaraty, Banco do Brasil, Banco da Amazônia, além da CAF (Corporação Andina de Fomento) e do Kigali International Financial Centre, de Ruanda. O evento também teve a presença da ministra Reem Bint Ebrahim Al Hashimy, dos Emirados Árabes Unidos, que falou sobre segurança alimentar e cooperação internacional.
No centro das discussões, temas como soberania alimentar, infraestrutura, investimentos em logística, e o papel do Brasil como elo estratégico entre América do Sul, África e Oriente Médio. E é exatamente nessa intersecção que Mato Grosso do Sul quer estar.
Missão África: os passos anteriores - A presença da Fiems em São Paulo é parte de uma construção iniciada meses antes. Em junho de 2025, a entidade liderou uma missão empresarial à África do Sul, com passagem por Cidade do Cabo, Joanesburgo e Pretória. A comitiva reuniu 19 empresários de diferentes setores da indústria sul-mato-grossense.
O objetivo? Abrir portas, buscar parceiros, conhecer o mercado africano de perto. Segundo Rocha, a África deixou de ser apenas uma promessa distante e passou a ser vista como uma extensão natural das rotas comerciais do Brasil — e especialmente de um estado produtor como MS.
Mato Grosso do Sul como ponte - Com vocação agroindustrial, posição geográfica estratégica e investimentos em infraestrutura logística, Mato Grosso do Sul começa a se posicionar como uma ponte real entre continentes.
“A África é um parceiro estratégico para o Brasil, e Mato Grosso do Sul tem vocação para ser protagonista nessa nova rota de integração entre América do Sul e África”, afirma Aurélio Rocha.
O discurso é pragmático e simbólico: falar de internacionalização de mercados já não é luxo para grandes centros. É, cada vez mais, agenda prioritária de estados produtores que buscam inserir suas cadeias produtivas num cenário global.
