
Em um dos dias que deveria ser de rotina política na Praça dos Três Poderes, Brasília viveu uma quarta-feira (13) fora do comum. Duas explosões sacudiram o centro do poder nacional ao entardecer, interrompendo as atividades no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Câmara dos Deputados. As sessões foram pausadas, e o público, tanto no STF quanto na Câmara, foi instruído a deixar os prédios em segurança.

As explosões ocorreram ao fim do dia, quando as ruas ao redor da praça estavam cheias de pessoas, algumas a trabalho, outras apenas atravessando o centro do poder. A primeira reação das autoridades foi retirar ministros e funcionários do STF, uma ação de precaução diante da incerteza sobre o que exatamente estava acontecendo. A nota oficial do Supremo foi concisa, mencionando “dois fortes estrondos” e afirmando que todos foram retirados do prédio “por medida de cautela”.
Na Câmara dos Deputados, enquanto discutiam a proposta de emenda à Constituição que ampliaria a imunidade tributária para igrejas, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que presidia a sessão, orientou seus colegas a permanecerem no plenário até terem garantias de que era seguro sair. Pouco depois, a sessão foi encerrada, mas o clima de tensão seguiu pelo restante da noite.
As pistas deixadas em um carro na praça - Logo após os estrondos, um policial militar do Distrito Federal relatou ter encontrado um carro estacionado próximo à Praça dos Três Poderes, repleto de explosivos. Segundo o sargento Santos, os explosivos, amarrados com tijolos, estavam dentro do veículo, mas a carga explosiva não foi detonada por completo. Santos mencionou que um homem foi visto saindo do carro e correndo pela praça, enquanto um pequeno foco de incêndio se iniciava no veículo.
A identidade do suspeito não foi confirmada, mas acredita-se que seja o mesmo homem encontrado morto perto do STF pouco depois das explosões. “Achamos que ele tentou detonar uma explosão no carro, mas não deu certo e ele acabou correndo para o STF”, explicou o sargento Santos. A cena, com um carro parcialmente queimado e um homem caído, só adicionava mais incerteza a um episódio cheio de interrogações.
O Palácio do Alvorada e o silêncio das respostas - No momento das explosões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava em reunião com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, no Palácio da Alvorada. A pauta da reunião não foi divulgada, mas o encontro ganhou contornos de urgência à medida que as notícias sobre os estrondos na Praça dos Três Poderes chegaram ao local. A administração federal ainda não ofereceu respostas sobre o que motivou as explosões ou sobre a identidade do suspeito.
O episódio deixou Brasília em estado de alerta, com a presença policial reforçada e investigações iniciadas rapidamente para entender o que aconteceu e por quê. Até o fechamento desta matéria, a polícia ainda investigava o carro encontrado, buscando saber se havia mais alguém envolvido no caso. A Praça dos Três Poderes, por enquanto, permanece como o ponto de uma noite que Brasília não esquecerá tão cedo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
