
O Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2), no Rio de Janeiro, condenou Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), por usar seu cargo para fazer campanha a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. A condenação impõe uma multa de R$ 546.631,92.

Vasques havia sido absolvido em primeira instância, mas, por unanimidade, a 8.ª Turma do TRF2 reformou essa decisão, atendendo ao pedido do Ministério Público Federal (MPF). O desembargador Rogério Tobias de Carvalho, relator do caso, afirmou que Silvinei violou os princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa, prejudicando a imagem institucional da PRF e comprometendo a função pública que deveria exercer.
Em seu voto, o desembargador destacou que o ex-diretor não cometeu apenas um incidente isolado, mas uma série de ações deliberadas para promover a candidatura de Bolsonaro. "Trata-se de uma infração de alta gravidade institucional e simbólica", afirmou o magistrado.
O MPF apresentou evidências de que Vasques utilizou eventos e redes sociais para beneficiar Bolsonaro. Em um exemplo, a seis dias da eleição, o ex-diretor presenteou o então ministro da Justiça, Anderson Torres, com uma camisa do Flamengo estampada com o número 22, o mesmo da legenda do PL. Além disso, Silvinei usou seus perfis pessoais para pedir votos para o ex-presidente.
A defesa de Vasques não se manifestou até o momento da publicação desta matéria.
