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DENUNCIA

Ex-assessor de Moraes promete revelar bastidores do gabinete e acusa juiz de perseguição

Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do STF, afirma que terá provas sobre a atuação de Alexandre de Moraes e pede apoio financeiro para denúncias

31 julho 2025 - 13h05Maria Magnabosco
Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes, promete revelar bastidores do STF e acusa o ministro de perseguição política e vazamento de informações.
Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes, promete revelar bastidores do STF e acusa o ministro de perseguição política e vazamento de informações. - Foto: @edutagliaferro via Instagram

Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou nesta quarta-feira, 30, que fará uma revelação sobre o magistrado. Em suas redes sociais, Tagliaferro afirmou que Moraes "destruiu a minha vida e a de várias pessoas" e que, em breve, mostrará ao Brasil quem realmente é o ministro, além de expor os bastidores do seu gabinete.

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"Logo eu estarei mostrando para o Brasil quem é Alexandre de Moraes, e os bastidores do seu gabinete", escreveu o ex-assessor, sem revelar maiores detalhes. Tagliaferro declarou ter provas que comprovariam sua denúncia sobre a atuação de Moraes e o funcionamento de seu gabinete, e afirmou: "Eu tenho bastante coisa".

Tagliaferro, que atualmente vive na Itália, revelou à revista Timeline que se afastou do Brasil para poder atuar de maneira mais eficaz na denúncia contra o ministro. Ele também alegou que "só entravam coisas de direita no gabinete e nada de esquerda", algo que, segundo ele, o chamou bastante a atenção.

O STF foi procurado para comentar as declarações de Tagliaferro, mas até o momento não se manifestou sobre o caso. O ex-assessor, por sua vez, fez um apelo público em suas redes sociais, solicitando doações financeiras para "custear essa missão pela verdade", divulgando sua chave Pix para arrecadar dinheiro.

Tagliaferro foi nomeado assessor-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em agosto de 2022, um cargo subordinado à presidência da Corte. A função do núcleo de inteligência, criado por Moraes, era coordenar ações com as polícias militares estaduais e tratar de questões relacionadas à segurança durante o processo eleitoral.

Em abril deste ano, Tagliaferro foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por supostamente vazar conversas de servidores dos gabinetes de Moraes no STF e no TSE. A PF o acusa de violação de sigilo funcional com danos à administração pública. Tagliaferro, por meio de sua defesa, negou envolvimento no vazamento e pediu uma revisão das investigações. "Meu cliente reitera, categoricamente, que não foi responsável pelo suposto vazamento. Esperamos que a Douta Procuradoria Geral da República possa verificar a fragilidade da investigação e não acolha as ilações contidas no relatório policial", disse o advogado.

No relatório final da investigação, a Polícia Federal apontou que as mensagens obtidas no inquérito comprovam a "materialidade" do crime. O celular de Tagliaferro foi apreendido durante depoimento à PF em São Paulo, em agosto de 2024.

Além disso, Tagliaferro também teve sua exoneração do TSE em maio de 2023, após ser preso em flagrante por violência doméstica em Caieiras, na Grande São Paulo. Sua esposa relatou à polícia que ele chegou em casa "alterado" e a ameaçou. Durante uma discussão, Tagliaferro pegou uma arma de fogo e disparou uma vez. A mulher, com as filhas, correu para a garagem e o caso foi registrado como violência doméstica, disparo de arma de fogo e ameaça.

O ex-assessor segue em evidência, com suas acusações e ações envolvendo Moraes e o TSE gerando grande repercussão. A investigação das denúncias de vazamento e as acusações de violência doméstica ainda estão em andamento.

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