
O governo dos Estados Unidos ampliou sua campanha militar contra o narcotráfico com uma nova ofensiva no Oceano Pacífico. Segundo o secretário de Defesa, Pete Hegseth, forças americanas bombardearam duas embarcações supostamente ligadas ao tráfico de drogas, matando seis pessoas em águas internacionais.
Os ataques ocorreram no domingo (9) e foram confirmados por Hegseth nesta segunda-feira (10), em publicação na rede X (antigo Twitter), acompanhada de um vídeo que mostra os barcos sendo atingidos.
“Nossa inteligência sabia que essas embarcações estavam associadas ao contrabando de narcóticos ilícitos e transitavam por uma rota de narcotráfico conhecida”, afirmou Hegseth.
De acordo com o secretário, as embarcações eram operadas por uma organização terrorista designada pelos EUA. Desde setembro, os ataques da Marinha americana já destruíram 17 barcos e deixaram mais de 70 mortos na região, em operações vinculadas à estratégia do presidente Donald Trump de combate ao narcotráfico no Mar do Caribe.
“Os ataques continuarão até que o envenenamento do povo americano pare”, escreveu Hegseth.
Críticas e questionamentos legais - O presidente Donald Trump justifica as ações dizendo que os Estados Unidos estão em “conflito armado” com os cartéis de drogas, embora o governo não tenha apresentado provas ou base legal detalhada para a ofensiva.
Na última semana, Hegseth e o secretário de Estado, Marco Rubio, reuniram-se com congressistas para discutir a escalada militar. Republicanos têm evitado críticas, enquanto democratas cobram transparência e justificativas jurídicas, argumentando que os bombardeios violam leis internacionais por ocorrerem em águas internacionais.
Na quinta-feira (6), o Senado americano rejeitou um projeto que limitaria os poderes de Trump para lançar ataques contra a Venezuela, país central nas recentes tensões geopolíticas.
Nos últimos meses, os EUA mobilizaram navios de guerra, caças e aviões de vigilância na costa da Venezuela, sob o argumento de combater organizações criminosas transnacionais. Washington acusa o presidente Nicolás Maduro de comandar o Cartel de los Soles, classificado como organização terrorista pelo governo Trump e acusado de traficar drogas para o território americano.
Em outubro, Trump autorizou operações da CIA contra alvos na Venezuela e afirmou considerar ataques terrestres para eliminar cartéis de drogas no país. Segundo fontes do Pentágono, três planos militares foram apresentados ao presidente:
Ataques aéreos contra instalações militares venezuelanas supostamente envolvidas no narcotráfico, visando enfraquecer o apoio a Maduro.
Envio de forças especiais americanas (como os grupos Delta Force e SEAL Team 6) para capturar ou eliminar Maduro, sob o argumento de que ele lidera uma organização narcoterrorista.
Operação terrestre complexa, com forças antiterroristas dos EUA assumindo aeroportos e campos petrolíferos venezuelanos, medida considerada de alto risco militar e civil, especialmente em áreas urbanas como Caracas.
O Departamento de Estado oferece uma recompensa de US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) pela captura ou condenação de Nicolás Maduro.
Embora o governo Biden não reconheça Maduro como presidente legítimo da Venezuela, analistas alertam que uma intervenção americana poderia desestabilizar ainda mais a região.

