
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (25) que espera novos desdobramentos de ações da Receita Federal no combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro. A declaração foi dada a jornalistas na portaria do ministério, em Brasília.

"Não se antecipa esse tipo de coisa, mas eu espero que sim", disse Haddad ao comentar a Operação Spare, deflagrada nesta manhã pelo Ministério Público de São Paulo em parceria com a Polícia Militar, Receita Federal, Secretaria da Fazenda e Procuradoria-Geral do Estado.
A ação teve como objetivo desmantelar um esquema que envolvia exploração de jogos de azar, comércio de combustíveis adulterados e lavagem de dinheiro com o uso de fintechs. Segundo os investigadores, o esquema contava com a infiltração de membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e está relacionado à Operação Carbono Oculto, realizada em agosto.
Questionado sobre a possibilidade de envolver as Forças Armadas nesse tipo de operação, Haddad destacou que considera essa uma tarefa do poder civil. “Salvo o melhor juízo, eu penso que é o poder civil que tem que se organizar para combater o crime organizado”, declarou.
O ministro também aproveitou para cobrar do Congresso a aprovação do projeto que trata do devedor contumaz — pessoa ou empresa que comete fraudes fiscais de forma sistemática.
“Precisamos da votação na Câmara do Devedor Contumaz, que ainda não aconteceu. O Brasil tem uma legislação frouxa em relação a práticas reiteradas de fraude”, afirmou Haddad, reforçando que o endurecimento da legislação é essencial para combater esquemas como os revelados nas recentes operações.
Ele ainda lembrou que as fintechs passaram a ser reguladas no mesmo arcabouço jurídico dos bancos, mas que fake news sobre o Pix atrasaram a implementação da medida no início do ano.
