
A Polícia Federal encontrou um documento de pedido de asilo político na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que levantou novas suspeitas sobre uma possível tentativa de fuga para a Argentina. O arquivo, que chama atenção pela inclusão de um erro no nome do presidente argentino Javier Milei ("Miliei"), foi anexado à investigação contra Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro. O documento, editado em fevereiro de 2024, sugere que o ex-presidente considerava pedir asilo após o agravamento das investigações relacionadas ao golpe planejado por seus aliados.

O relatório da PF indica que Bolsonaro tinha em mãos uma minuta que poderia facilitar sua saída do Brasil. O pedido, dirigido a Milei, afirma que o ex-presidente seria "perseguido por motivos e delitos políticos". Além disso, o documento está vinculado à esposa do senador Flávio Bolsonaro, Fernanda Bolsonaro.
Embora o conteúdo do documento sugira a possibilidade de fuga, o advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, refutou a ideia de que o ex-presidente tenha cogitado deixar o país. Segundo ele, o ex-chefe do Executivo jamais considerou a opção de asilo e atribui a situação a rumores sem fundamento. Wajngarten também ressaltou que o celular de Bolsonaro e de seu ajudante, o tenente-coronel Mauro Cid, estavam frequentemente envolvidos em conversas informais, sem intenção ou juízo de valor.
Essa descoberta se soma à investigação que apura os envolvidos no plano de golpe contra o Estado Democrático de Direito, resultando em uma ação penal no Supremo Tribunal Federal. A documentação, portanto, é parte da apuração de possíveis crimes relacionados à organização criminosa e à tentativa de abolição da democracia.
O erro no nome de Milei, por si só, chama a atenção das autoridades, que questionam a veracidade do pedido de asilo e a real intenção por trás do documento. A Polícia Federal segue analisando todos os elementos encontrados, incluindo o arquivo em questão, para determinar se há mais indícios de um plano de fuga concreto.
