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POLÍTICA

VÍDEO: Erika Hilton pede desculpas após sugerir militância a rapper Oruam

Deputada do PSOL diz que errou ao não considerar contexto e críticas em torno do artista, que nega apologia ao crime

16 junho 2025 - 12h25Juliano Galisi
Erika Hilton se pronunciou após repercussão de interação com Oruam nas redes sociais
Erika Hilton se pronunciou após repercussão de interação com Oruam nas redes sociais - (Foto: Reprodução)

Deputada federal por São Paulo, Erika Hilton (PSOL) publicou um pedido de desculpas neste domingo (16) após sugerir ao rapper Oruam que se envolvesse com militância política. Segundo a parlamentar, a tentativa de diálogo foi equivocada por não considerar o histórico e as críticas que envolvem o artista. "Errei no tom e ignorei problemáticas e complexidades", escreveu.

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A declaração de Erika veio após forte repercussão negativa de sua interação com Oruam nas redes sociais. O rapper, por sua vez, disse que o episódio está sendo usado para prejudicar sua imagem. “Querem acabar com nossa imagem”, afirmou, ao compartilhar o vídeo da deputada.

A polêmica teve início após Oruam participar de um protesto contra a morte de Herus Guimarães Mendes, de 24 anos, atingido por um disparo do Bope durante uma festa junina na comunidade Santo Amaro, no Catete, zona sul do Rio de Janeiro. Outras cinco pessoas ficaram feridas na ação.

A Polícia Militar do Rio justificou a operação como "emergencial", alegando que houve troca de tiros com criminosos. No entanto, o secretário da corporação, Marcelo de Menezes, admitiu que procedimentos operacionais não foram respeitados.

Oruam divulgou a participação no protesto em suas redes. Nos comentários, um seguidor sugeriu que o artista se organizasse politicamente. O rapper respondeu demonstrando interesse e perguntou o que deveria fazer. A partir disso, nomes da esquerda como o ativista Paulo Galo, o historiador Jones Manoel e a própria Erika Hilton responderam à publicação. A deputada chegou a convidá-lo para se engajar em coletivos. “Se quiser construir junto, tô por aqui”, escreveu.

Depois da repercussão, Erika Hilton afirmou que não levou em conta os debates em torno de Oruam. O artista é criticado por cantar músicas com conteúdo considerado ofensivo, como "Faixa de Gaza", do MC Orelha, que cita a facção criminosa Comando Vermelho.

Oruam nega qualquer apologia ao crime. “Dizem tanto que sou ligado a facções, que isso virou ‘verdade’ para muitos”, respondeu. Ele é filho de Marcinho VP, apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho.

O nome do rapper voltou a ser tema de debate nacional em fevereiro. Naquele mês, foi preso duas vezes: a primeira por realizar manobras perigosas na Barra da Tijuca; a segunda, por abrigar um foragido da Justiça. Em ambas as ocasiões, foi solto após as medidas legais cabíveis.

No mesmo período, parlamentares ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL) apresentaram um projeto apelidado de "Lei Anti-Oruam", que proíbe o uso de verba pública para shows de artistas que façam apologia ao crime ou ao uso de drogas. A proposta ganhou versões em mais de 50 câmaras municipais do país. Em São Paulo, foi apresentada pela vereadora Amanda Vettorazzo; na Câmara dos Deputados, por Kim Kataguiri.

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