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ELEIÇÕES NO SENADO

Mesa do Senado: quem manda e quem obedece no biênio 2025-2026

Composição será definida em 1º de fevereiro; centro e centro-direita devem ampliar domínio

25 janeiro 2025 - 13h51Ricardo Eugenio
Senado define nova Mesa Diretora em 1º de fevereiro; Davi Alcolumbre é favorito à presidência, com centro-direita ampliando influência.
Senado define nova Mesa Diretora em 1º de fevereiro; Davi Alcolumbre é favorito à presidência, com centro-direita ampliando influência. - (Foto: Fabio Pozzebom/Agência Brasil)

Na próxima quinta-feira, 1º de fevereiro, às 10h da manhã, 81 senadores irão ao plenário para decidir quem vai conduzir os trabalhos do Senado pelos próximos dois anos. Não se trata apenas de uma troca de cadeiras, mas de um rearranjo delicado de poder. A Mesa Diretora, composta por sete titulares e quatro suplentes, é a engrenagem que move as pautas, os bastidores e os humores da Casa Alta.

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Os personagens principais - Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que já presidiu o Senado entre 2019 e 2021, é o nome que domina as articulações. Dono de um perfil discreto, mas habilidoso, ele parece ter construído uma coalizão que inclui praticamente todo o espectro político da Casa – de PSD e MDB a PT e PL. Mesmo assim, a votação é secreta, e, como dizem os corredores de Brasília, voto secreto só o próprio senador sabe.

Com eleição marcada para 1º de fevereiro, Senado refaz o tabuleiro político, com Davi Alcolumbre como favorito ao comando da Casa
Com eleição marcada para 1º de fevereiro, Senado refaz o tabuleiro político, com Davi Alcolumbre como favorito ao comando da Casa

A eleição começa com a definição do presidente e, em seguida, avança para os dois vice-presidentes e os quatro secretários. O PL, que passou os últimos dois anos sem nenhum cargo na Mesa, deve garantir a 1ª vice-presidência com Eduardo Gomes (TO). O PT, por sua vez, busca emplacar Humberto Costa (PE) como 2º vice-presidente.

As secretarias – posições menos glamorosas, mas igualmente estratégicas – tendem a ser ocupadas por nomes como Daniela Ribeiro (PSD-PB), Confúcio Moura (MDB-RO) e Chico Rodrigues (PSB-RR). A disputa mais incerta é pela 4ª secretaria, onde Laércio Oliveira (PP-SE) e Dr. Hiran (PP-RR) disputam os votos do Progressistas.

Como é e como ficará a Mesa Diretora do Senado (2023-2026)

Cargo 2023-2024 2025-2026
Presidente Rodrigo Pacheco (PSD) Davi Alcolumbre (União Brasil)
1º vice-presidente Veneziano Vital (MDB) Eduardo Gomes (PL)
2º vice-presidente Rodrigo Cunha (Podemos) Humberto Costa (PT)
1º secretário Rogério Carvalho (PT) Daniela Ribeiro (PSD)
2º secretário Weverton Sousa (PDT) Confúcio Moura (MDB)
3º secretário Chico Rodrigues (PSB) Chico Rodrigues (PSB) (reeleito)
4º secretário Styvenson Valentim (Podemos) Laércio Oliveira (PP) ou Dr. Hiran (PP)

O tabuleiro político - Se as previsões se confirmarem, a nova Mesa Diretora terá um peso ainda maior dos partidos de centro e centro-direita. O PL, o União Brasil e o MDB, com suas bancadas robustas, tendem a dominar a agenda legislativa, enquanto o PSD mantém sua influência ao ceder espaço para Alcolumbre, aliado próximo do atual presidente, Rodrigo Pacheco.

Já o Podemos e o PDT, que ocupam três vagas na Mesa atual, devem sair enfraquecidos, sem nenhum posto entre os titulares.

Funções e poder - A Mesa Diretora não é apenas um órgão administrativo. O presidente da Casa acumula também a presidência do Congresso Nacional, com a prerrogativa de convocar sessões conjuntas, pautar projetos e desempatar votações. Em tempos de ajustes fiscais, reformas tributárias e embates com o Judiciário, essas funções ganham ainda mais relevância.

Os vice-presidentes e secretários completam o time, cuidando desde a supervisão de atas até a organização de votações. Parece burocrático, mas é nessas engrenagens que se decide o ritmo – ou a paralisia – do Senado.

Atribuições da Mesa Diretora do Senado Federal

Cargo Atribuições
Presidente - Convocar e presidir as sessões do Senado e do Congresso Nacional.
- Dar posse aos senadores.
- Definir os projetos que serão votados.
- Desempatar votações abertas.
- Impugnar projetos contrários à Constituição ou às leis.
- Assinar correspondências oficiais, incluindo para o presidente da República, STF e governos estrangeiros.
1º vice-presidente - Substituir o presidente em suas ausências.
2º vice-presidente - Substituir o 1º vice-presidente em suas ausências.
1º secretário - Supervisionar as atividades administrativas da Casa.
- Rubricar a listagem dos resultados das votações.
- Encaminhar documentos e papéis às comissões.
- Receber e enviar correspondências oficiais.
2º secretário - Ser responsável pelas atas das sessões secretas.
3º e 4º secretários - Fazer a chamada dos senadores.
- Contar votos e verificar os resultados de votações.
- Auxiliar o presidente na apuração das eleições, organizando listas e anotações.
Suplentes - Substituir os secretários titulares em caso de ausência.

(Fonte: Regimento Interno do Senado Federal)

O que esperar - Para além dos nomes, a eleição da Mesa será um termômetro do equilíbrio político no Senado. A inclinação para o centro e centro-direita sugere um biênio de pragmatismo, onde o apoio à agenda do governo dependerá de costuras pontuais e concessões bem calculadas.

Enquanto isso, Davi Alcolumbre se prepara para retornar ao posto que já ocupou, com uma frase nos bastidores: “A presidência muda de mãos, mas o jogo continua o mesmo.”

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