Pela primeira vez fora de Brasília, o encontro da Comissão Permanente de Prefeitas da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) será realizado em Campo Grande, em agosto de 2025, como parte das comemorações dos 126 anos da Capital sul-mato-grossense.
Chamado “Elas Governam”, o evento vai reunir lideranças femininas de todo o Brasil para discutir políticas públicas com foco na equidade de gênero, orçamento sensível a gênero e soluções práticas para melhorar a inclusão social nas cidades.
A iniciativa foi articulada pela prefeita Adriane Lopes, atual 3ª vice-presidente da FNP e a primeira mulher eleita para o comando da prefeitura da capital. Ela é uma das vozes mais ativas na defesa do fortalecimento da presença feminina nos espaços de decisão política.
Governança com olhar de mulher - Criada em 2023, a Comissão Permanente de Prefeitas tem como objetivo central fortalecer a gestão pública liderada por mulheres, incentivar o intercâmbio de experiências entre elas e ampliar as políticas com olhar voltado para inclusão social.
Apesar de as mulheres representarem mais da metade da população brasileira, apenas 13% dos municípios do país são governados por prefeitas — 727 das 5.569 cidades. No universo da FNP, que reúne as 419 maiores cidades brasileiras, apenas 48 têm mulheres no comando.
Esse dado reflete o descompasso entre a realidade demográfica e a presença feminina no poder público, e serve como pano de fundo para os debates que acontecerão em Campo Grande.
Temas em pauta - Durante o evento, prefeitas, secretárias de finanças e gestoras de políticas para mulheres vão debater soluções para tornar os orçamentos públicos mais sensíveis às desigualdades sociais e de gênero. A intenção é propor ações práticas, com resultados reais nos municípios.
Entre os temas já confirmados, estão:
- Políticas de cuidados: como valorizar o trabalho de quem cuida, tradicionalmente feito por mulheres;
- Empreendedorismo feminino com foco na inclusão;
- Justiça climática, considerando que mudanças ambientais afetam mulheres e meninas de maneira desproporcional.
A iniciativa tem apoio de instituições como o Instituto Alziras, ONU Mulheres, Sebrae e governo federal, por meio do programa +Iguais, financiado pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).
O que vem por aí - Além do evento em Campo Grande, a FNP planeja uma série de mobilizações nacionais, com o objetivo de criar uma rede de apoio entre prefeitas e lideranças femininas do poder público municipal. A ideia é que essas conexões resultem em projetos mais fortes e mais justos, com mais presença de mulheres nos espaços de decisão.
Com essa agenda, Campo Grande se coloca como protagonista de um movimento nacional em defesa da equidade de gênero na política e na gestão pública.
