
O oficial de Justiça responsável pela notificação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não conseguiu localizá-lo nos Estados Unidos.

Em certidão enviada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, o oficial explicou que Eduardo está fora do país desde fevereiro, e que não dispõe de outros meios de comunicação para entregar a notificação pessoalmente. "Revela-se pouco pragmático realizar diligências físicas em endereços nos quais há muito se sabe que ele não se encontra", afirmou, ressaltando que aguarda nova determinação.
Nesta segunda-feira (22), Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Paulo Figueiredo foram denunciados pela PGR por coação no processo da trama golpista. Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, os dois teriam articulado, a partir dos EUA, sanções contra o STF para pressionar os ministros a não condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A PGR aponta que ambos se valeram de contatos no governo de Donald Trump para tentar "constranger a atuação jurisdicional" do Supremo.
Eduardo Bolsonaro também responde a processo no Conselho de Ética da Câmara, aberto a partir de representação do PT, que acusa o parlamentar de atentar contra a soberania nacional e instituições democráticas ao deixar o país durante o mandato.
Paulo Figueiredo, que também reside nos Estados Unidos, integra sozinho o chamado "núcleo 5" da denúncia da trama golpista. Ele é o único dos 34 denunciados cujo caso ainda não foi julgado pela Primeira Turma do STF, devido a questionamentos da Defensoria Pública da União (DPU) sobre o método de notificação adotado por Moraes.
Apesar de não ter sido encontrado para a notificação, Figueiredo gravou vídeos comentando o processo em julho, momento em que Moraes considerou o influenciador notificado.
