Em entrevista à BBC News Brasil, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se mostrou determinado a "ir até as últimas consequências" para retirar o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a conversa em Washington (EUA), nesta quarta-feira (13), o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro se referiu ao ministro como "psicopata", "mafioso" e "bandido", além de classificar o Brasil como uma "ditadura" que persegue ele, seu pai e seus apoiadores.
Eduardo Bolsonaro acusou Moraes de usar sua posição para influenciar as decisões do Congresso Nacional e pediu que a mulher do ministro fosse investigada por suposto enriquecimento ilícito. Ele afirmou estar disposto a intensificar a pressão para que as pessoas que sustentam Moraes se afastem dele.
O deputado, que reside no Texas (EUA), também falou sobre as consequências econômicas das tarifas impostas por Donald Trump a produtos brasileiros. Segundo ele, os brasileiros "entendem que é preciso fazer sacrifícios" pela liberdade, que, para ele, vale mais do que a economia.
Em relação a novos movimentos políticos, Eduardo Bolsonaro alertou que o governo dos EUA poderia impor sanções aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), caso não atuem no processo de impeachment de Moraes ou na tramitação do projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro.
Em tom desafiador, Eduardo declarou: "Se depender de mim, vamos continuar pressionando até que a pressão sobre Moraes seja insustentável."
O deputado, que se considera um "conselheiro informal" do governo Bolsonaro, comemorou nas redes sociais a perda de visto de autoridades brasileiras, incluindo Mozart Júlio Tabosa Sales, do Ministério da Saúde. Ele também afirmou que as ações do governo dos EUA são resultado do "regime" de Lula e do apoio de Moraes.
Eduardo Bolsonaro é alvo de investigações no STF por suposta tentativa de incitar o governo norte-americano a adotar medidas contra o ministro do STF. O processo investiga possíveis crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação.
