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POLÍTICA

Eduardo Bolsonaro nega plano de disputar a Presidência e pressiona Congresso por anistia

Deputado afirma que não pretende concorrer em 2026 e defende que aprovação de anistia pelo Congresso seria resposta à tarifa imposta por Trump

21 julho 2025 - 18h30
Eduardo Bolsonaro também pede por sanções individuais para o ministro Alexandre de Moraes.
Eduardo Bolsonaro também pede por sanções individuais para o ministro Alexandre de Moraes. - (Foto: Reprodução youtube/@ConversaTimeline)
Terça da Carne

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta segunda-feira, 21 de julho, que não tem intenção de disputar a Presidência da República nas eleições de 2026. A declaração foi feita nas redes sociais, após especulações sobre uma eventual candidatura, já que seu pai, Jair Bolsonaro (PL), está inelegível até 2030.

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“Não estou buscando ser presidente. Quero ver justiça”, escreveu Eduardo no X (antigo Twitter). Ele também fez um apelo ao Congresso Nacional, reforçando a defesa da anistia a investigados por atos antidemocráticos como resposta à nova tarifa comercial imposta pelos Estados Unidos. “A bola está com vocês aí no Congresso agora. Basta votar a anistia e vocês serão os protagonistas da retirada da tarifa”, escreveu.

Tarifa de Trump reacende discussão sobre anistia no Congresso

A pressão de Eduardo Bolsonaro vem após a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Na carta em que anunciou a medida, Trump pediu que o julgamento de Jair Bolsonaro fosse encerrado, chamando o processo de “caça às bruxas”.

Desde então, Eduardo tem defendido publicamente que a única forma de reverter a sobretaxa seria a aprovação de uma “anistia ampla, geral e irrestrita” pelo Congresso Nacional. Segundo ele, a medida representaria um gesto político de reconciliação e ajudaria a reduzir as tensões diplomáticas com os Estados Unidos.

Cenário eleitoral: recuo público, mas sem fechar portas

Apesar de negar publicamente que esteja se preparando para uma candidatura presidencial, Eduardo Bolsonaro ainda é cotado como possível nome do PL para disputar o Planalto em 2026. Em junho, o deputado chegou a dizer que aceitaria entrar na corrida eleitoral caso tivesse o apoio do pai.

Com Jair Bolsonaro fora da disputa por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aliados do ex-presidente discutem possíveis nomes para manter o capital político do bolsonarismo. Eduardo é visto como uma alternativa natural, embora enfrentando resistências internas e desafios jurídicos.

Ausente do Brasil, Eduardo evita renúncia para manter elegibilidade

Eduardo Bolsonaro encontra-se atualmente nos Estados Unidos e não retornou ao Brasil mesmo após o fim de sua licença parlamentar, encerrada no último domingo, 20. Segundo a legislação, faltas injustificadas ao trabalho legislativo podem levar à perda de mandato.

A estratégia de manter-se ausente sem renunciar, no entanto, é interpretada como forma de preservar sua elegibilidade para 2026. Se renunciasse oficialmente ao cargo de deputado, correria o risco de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, o que o deixaria impedido de concorrer por até dez anos — ou seja, até 2035.

Presença digital ativa e tom combativo continuam

Mesmo longe do país, Eduardo mantém forte presença nas redes sociais e segue adotando uma postura combativa. Ao comentar sobre a tarifa de Trump e o julgamento de Jair Bolsonaro, o deputado reforça a narrativa de perseguição ao ex-presidente e critica o que considera excessos do Judiciário brasileiro.

Aliado próximo de Donald Trump, Eduardo Bolsonaro tenta mobilizar a base bolsonarista a favor da anistia, colocando o Congresso sob pressão e sugerindo que a medida pode ser vista como uma forma de reabrir canais de diálogo com os Estados Unidos.

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