O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu com críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), após ser notificado sobre o processo que pode levar à cassação de seu mandato por excesso de faltas. Em vídeo publicado nas redes sociais nesta quarta-feira (10), Eduardo chamou Motta de “boneca do Alexandre de Moraes” e acusou a Câmara de ignorar o que classificou como “perseguição” política.
“Eu só tenho o número de faltas suficientes para a cassação do meu mandato porque o senhor Hugo Motta não reconhece o estado de perseguição que eu sofro. Você prefere cerrar fileiras com Alexandre de Moraes, cedendo às ameaças dele. E, quando você faz isso, ele sempre vai te ameaçar. Eu não sei por que essa sanha das pessoas de serem 'bonequinhas' do Alexandre de Moraes”, disse Eduardo.
Fora do Brasil desde fevereiro, Eduardo Bolsonaro não participou de sessões na Câmara e ultrapassou o limite de faltas permitido. Ele agora tem cinco dias para apresentar defesa. Segundo o presidente da Casa, o exercício do mandato fora do país “é inviável”. A análise do pedido de cassação deve ocorrer na próxima semana.
Ofensas também a Paulinho da Força - No mesmo vídeo, Eduardo também atacou o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto de lei que prevê a redução de penas para os condenados pelos atos de 8 de janeiro. Eduardo insinuou que Paulinho teria alinhamento direto com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Paulinho da Força deve ficar trocando WhatsApp com Alexandre de Moraes, só faz o que ele determina”, afirmou, repetindo a expressão “boneca do Alexandre de Moraes”.
Procurado, Paulinho respondeu com críticas duras: “Eduardo Bolsonaro é muito ingrato. Eu trabalhei o tempo todo para ajudar o pai dele. Primeiro, é uma ingratidão enorme, porque estou ajudando pessoas que se colocaram nessa situação, de estarem presos por causa desse radicalismo deles. Segundo, é duro responder a um idiota. Como é que eu vou responder a um idiota como ele?”, declarou.
O embate ocorre em meio à repercussão da aprovação, na Câmara, do projeto de lei que reduz as penas dos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. O texto foi relatado por Paulinho da Força e agora segue para análise do Senado. A proposta é vista por aliados de Bolsonaro como uma tentativa de reparar o que consideram “excessos” nas punições aplicadas.
Enquanto isso, Eduardo enfrenta o processo interno por quebra de decoro parlamentar, já que a ausência prolongada em sessões sem justificativa aceita pela Mesa Diretora pode ser punida com a perda do mandato.
O deputado, que alega estar no exterior por segurança, ainda não informou se pretende retornar ao Brasil para se defender presencialmente.
