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TEMPO INDETERMINADO

Eduardo Bolsonaro diz a jornal que seguirá nos EUA por mais sanções ao Brasil

Deputado afirma que será preso se retornar ao país, cobra anistia ampla aos réus do 8 de Janeiro e ameaça líderes do Congresso com sanções internacionais

6 agosto 2025 - 10h05Juliano Galisi
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) - (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou, nesta quarta-feira (6), que pretende permanecer nos Estados Unidos por tempo indeterminado e continuar buscando sanções contra o Brasil por meio do governo do ex-presidente americano Donald Trump. Segundo ele, o autoexílio pode durar até "décadas".

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“Se eu retornar, sei que vou ser preso”, declarou o parlamentar em entrevista ao jornal O Globo. Eduardo é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de coação no processo em que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é réu por tentativa de golpe de Estado.

As declarações foram dadas no mesmo dia em que entraram em vigor as tarifas de 50% impostas por Trump a parte das exportações brasileiras — medida que, segundo levantamento do Estadão/Broadcast, atinge 82% do volume do agronegócio nacional. Ainda assim, Eduardo minimizou os impactos econômicos e culpou o ministro Alexandre de Moraes pela tensão nas relações com os EUA.

“Até agora, nenhum fazendeiro ou produtor agrícola me ligou para dizer que eu deveria parar com as minhas ações”, afirmou o deputado.

Defesa de anistia e pressão sobre o Congresso - Eduardo Bolsonaro voltou a defender uma “anistia ampla, geral e irrestrita” para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, bem como para os acusados de articulação do golpe após as eleições de 2022. Para o parlamentar, a anistia abriria caminho para uma reaproximação com os Estados Unidos.

“Isso colocaria o Brasil numa boa condição na mesa de negociações junto ao governo dos EUA”, disse.

Sem apresentar detalhes sobre sua situação migratória, Eduardo declarou que está em condição de ficar nos EUA “durante um bom tempo”, e que estuda maneiras de manter o mandato na Câmara mesmo vivendo fora do Brasil.

Ele manifestou apoio à proposta do deputado Evair de Melo (PP-ES), que quer alterar o Regimento Interno da Câmara para permitir o exercício do mandato a distância. Eduardo também afirmou que pretende oficiar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na tentativa de garantir a permanência no cargo mesmo fora do país.

Eduardo Bolsonaro também ameaçou os presidentes da Câmara e do Senado com a possibilidade de sanções internacionais. O parlamentar declarou que, caso Hugo Motta ou Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) não pautem a anistia nem o impeachment de Alexandre de Moraes, ambos poderão “entrar no radar das autoridades americanas”.

“As pessoas que estão em posição de poder têm responsabilidades e estão sendo observadas pelas autoridades americanas. Todos eles estão no radar”, afirmou o deputado.

Eduardo revelou que vai “quase toda semana” à Casa Branca e que mantém diálogo com políticos e figuras da ala trumpista dos EUA, como os deputados María Elvira Salazar, Richard McCormick e Chris Smith, além do ex-estrategista de Trump, Steve Bannon.

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