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DIREÇÃO PARTIDARIA

'Temos de dar todo o apoio ao governo Lula, o maior patrimônio do PT', diz presidente da sigla

Novo presidente do PT também propõe reforma política, transição energética e debate sobre segurança pública como prioridades do partido

3 agosto 2025 - 12h55Wilian Miron e Cícero Cotrim
Edinho Silva propõe apoio total a Lula, critica EUA por pressão sobre terras raras e defende reforma política e agenda ambiental.
Edinho Silva propõe apoio total a Lula, critica EUA por pressão sobre terras raras e defende reforma política e agenda ambiental. - Reprodução PT

Durante o 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva, novo presidente nacional da legenda, reforçou a necessidade de unir esforços em torno do governo Lula e declarou que a continuidade do projeto político petista representa, em sua visão, uma barreira contra o avanço do fascismo no Brasil.

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“Precisamos dar todo o apoio ao governo Lula”, afirmou Edinho, ao defender a reeleição do presidente como prioridade estratégica do partido. Ele também destacou que é hora de o PT enfrentar temas sensíveis e estratégicos para o futuro do país, incluindo segurança pública, transição energética e desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Pressão internacional e disputa por recursos

Um dos momentos mais incisivos do discurso foi quando o dirigente petista acusou os Estados Unidos de estarem por trás de pressões diplomáticas contra o Brasil, motivadas pelo interesse na exploração de terras raras — minérios essenciais para a indústria tecnológica global. Segundo Edinho, esse teria sido o pano de fundo para recentes ações do governo norte-americano.

“Essa é a razão da maior violência diplomática que nós sofremos no último período. Eles querem controlar a exploração das terras raras”, disse o presidente do PT, ao fazer críticas diretas ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Amazônia e energia no centro da agenda

Edinho afirmou que será necessário formular uma proposta consistente para a exploração de petróleo na Margem Equatorial, associada a uma estratégia de desenvolvimento econômico para a Amazônia Legal que respeite o meio ambiente. Ele defendeu um modelo de crescimento que esteja em sintonia com a preservação da floresta.

A agenda de transição energética, segundo ele, também deve ser abraçada com coragem pelo partido nos próximos anos. “O PT precisa assumir esses debates com protagonismo”, declarou.

Segurança, educação e saúde como prioridades

O novo presidente do PT também citou a importância de discutir a segurança pública de forma objetiva e sem tabus. Além disso, defendeu a universalização da educação infantil e mecanismos de financiamento sólidos para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Outro ponto levantado foi a jornada de trabalho de seis dias por semana, com apenas um dia de descanso — um debate que, segundo ele, precisa ser enfrentado de forma ampla e transparente, respeitando os direitos dos trabalhadores.

Reforma política e fortalecimento do Executivo

Edinho também dedicou parte de sua fala à crítica ao enfraquecimento do Poder Executivo, que atribuiu às gestões dos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro. Para ele, há um desequilíbrio institucional que precisa ser corrigido com uma reforma política.

“O Congresso não pode executar R$ 52 bilhões do orçamento, não pode se apropriar de funções que são do Executivo”, alertou. Como solução, voltou a defender o modelo de voto em lista fechada para eleições legislativas, proposta histórica do PT, como forma de fortalecer os partidos e a governabilidade.

Caminhos do PT sob nova direção

Com um discurso alinhado às pautas estruturantes do governo Lula, Edinho Silva assume a presidência do PT com o desafio de articular o partido em torno da defesa do projeto em curso, ao mesmo tempo em que busca renovação de agendas e fortalecimento da atuação institucional da legenda.

O novo dirigente sinalizou que pretende conduzir o PT por caminhos que articulem justiça social, sustentabilidade ambiental e soberania nacional — com foco em proteger os interesses estratégicos do país frente a disputas internacionais e fortalecer o papel do Executivo frente ao Legislativo.

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